Peugeot Landtrek. Esse é o nome da nova picape da marca francesa, que será lançada primeiro na América Latina. O modelo médio é inédito e concorrerá com Chevrolet S10, Toyota Hilux e Ford Ranger, entre outros. A estreia da Peugeot Landtrek ocorrerá no México, já no segundo semestre deste ano.
O lançamento no Brasil está programado para 2021. Essas informações já haviam sido antecipadas pelo Jornal do Carro, em outubro do ano passado.
A picape Peugeot Landtrek terá apenas cabine dupla e motores a gasolina e turbodiesel. No mercado brasileiro, o modelo deverá ser vendido apenas com a segunda opção.
Uma das apostas é um 2.0 turbodiesel de 180 cv. O câmbio será automático e tração traseira, com opção de 4×4 com reduzida ativado por seletor, como nas rivais.
A nova picape da Peugeot é baseada na Changan Kaicene F70. Trata-se de um modelo da marca chinesa que é parceira do grupo PSA Peugeot Citroën.
A nova picape terá 5,33 metros de comprimento 1,92 m de largura e capacidade para levar mais de uma tonelada de carga. Ainda assim, o modelo deverá ser voltado mais ao lazer que ao trabalho.
Picape bem equipada
Em comunicado enviado à imprensa, a Peugeot informa que a Landtrek oferecerá “uma condução agradável em qualquer tipo de atividade ao ar livre”. A marca também destaca o desenho das rodas de alumínio, que “foi otimizado”.
Entre as soluções eletrônicas a Peugeot Landtrek terá sistema multimídia com tela de 10 polegadas sensível ao toque. O dispositivo será compatível com as plataformas Apple CarPlay e Android Auto, além de disco rígido de 10 GB. Outro destaque são as câmeras com visão panorâmica de 360°.
O modelo trará itens como Hill Descent Control. Com esse sistema, que funciona como uma espécie de freio-motor, o motorista não precisa pisar no pedal de freio em descidas íngremes. Mesmo sobre piso com pouca aderência.
Também em relação à segurança, haverá sistema que ajuda a manter o picape sob controle após mudanças bruscas de direção. Há ainda seis air bags de série.
Mercado agitado
O mercado de picapes tem suas particularidades, e elas não são exclusivas do Brasil. Modelos bem-sucedidos não necessariamente são os mais baratos e/ou bonitos. Entre os fatores que fazem o sucesso da picape utilizada tanto para trabalho quanto lazer estão confiabilidade mecânica, lista de equipamentos e, vá lá, algum status.
E quando atingem o patamar de Toyota Hilux e Fiat Strada, as campeãs entre as picapes médias e compactas, respectivamente, é difícil alguma novata ganhar público e ascender ao topo.
Casos como o da Fiat Toro são raros, embora o sucesso da veterana Strada tenha ajudado a endossar a aposta na confiabilidade da nova picape. Por isso, marcas como a Volkswagen ainda estudam cuidadosamente a entrada no segmento.
Embora o conceito da picape Tarok tenha feito sucesso no Salão de São Paulo de 2018, a produção em série do modelo ainda está sendo estudada. A informação é do presidente da Volkswagen para a América Latina, Pablo Di Si. Se o projeto da picape sair mesmo do papel, será concorrente direto da Fiat Toro.
Atlas cancelada
A Tarok ainda pode chegar às ruas, diferentemente da picape média que a Volkswagen chegou lançar no mercado americano. O modelo seria baseado no SUV Atlas, e também teve uma versão conceitual que fez sucesso junto ao público, o Atlas Tanoak. A VW concluiu que não seria viável fazer uma picape com carroceria do tipo monobloco para os Estados Unidos, onde as consagradas líderes de venda usam carroceria sobre chassi.
Por aqui, a VW vende a Amarok com relativo sucesso. Em 2019, foram emplacadas 18.911 unidades. Com isso, o modelo fica ali pelo meio do caminho no segmento.
Na Renault, a Duster Oroch nunca decolou em vendas, embora o projeto tenha qualidade. A picape da marca francesa é mais barata que a Toro e pra lá de valente. Mas a falta de experiência da Renault no segmento pode ter empacado os negócios.
Tanto que a marca reluta em trazer a Alaskan ao País. O modelo médio compartilha a plataforma da Nissan Frontier. Ou seja, com ela a Renault teria uma representante interessante disputando vendas no segmento de médias.
O problema é que nem a Nissan, marca com tradição no segmento, vende muitas Frontier por aqui. Em 2019, foram emplacadas 8.089 unidades no mercado brasileiro. Trata-se de uma fração das 40 mil Hilux vendidas no mesmo período. Isso pode ter desencorajado ainda mais a Renault a tentar oferecer a Alaskan no Brasil.
Classe X
A Frontier, aliás, “dá pano para manga”. A Mercedes-Benz também utilizou a base do modelo da Nissan para dar origem à sua primeira picape média. A expectativa da mara alemã era alta, com planos de produção na Argentina e vendas globais.
A Classe X entrou em produção na Espanha, juntamente com as Frontier e Alaskan destinadas ao mercado europeu. Já a linha de produção que seria montada na Argentina ficou cara demais para a Mercedes-Benz.
A alemã demandou melhorias no produto que seria feito ma fábrica argentina da Nissan. Isso deixou a Classe X muito cara. Sem conseguir chegar a um acordo com a parceira, a Mercedes acabou cancelando o projeto. O modelo sairá de linha na Europa em breve.
Chevrolet e Ford terão novidades
A Chevrolet e a Ford têm longa história de sucesso no segmento de picapes. No Brasil, a primeira faz sucesso com a S10 entre as médias. E continua oferecendo a Montana, que disputa vendas no segmento de compactas.
Da Ford, a Ranger não é a mais vendida. Mas é um dos modelos mais modernos do mercado. A marca já ofereceu aqui a Pampa, que era derivada do Corcel.
A novidade é que ambas terão modelos inéditos que disputarão o segmento intermediário. Os dois novos modelos disputarão compradores com a Toro e a Oroch, entre outras. As picapes inéditas chegarão ao Brasil entre 2021 e 2023.