O governador Luiz Fernando Pezão é um admirador confesso dos serviços prestados pela concessionária Supervia, que tem a mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, como advogada da empresa. Tanto que ele prorrogou por mais sete meses a operação do Teleférico do Alemão ao custo de mais R$ 33 milhões aos cofres públicos estaduais. Os moradores do bairro tem protestado contra o teleférico, dizendo que ele não é prioridade na região.
O teleférico custou R$ 210 milhões e foi construido em 2011 pela Delta, do empresário Fernando Cavendish, amigo de Cabral e Pezão. Na época, a exploração do transporte foi entregue sem licitação pelo Governo do Estado à Supervia, responsável pelos trens e metrô do Rio. Na ocasião, suspeitou-se de superfaturamento na construção do empreendimento.
A Supervia ganhou a concessão por R$ 50,1 milhões. Em julho de 2013, novamente sem licitação, a concessinária teve o contrato prorrogado com um aditivo de R$ 24 milhões. Em 2012, o contrato chegou a ser investigado pelo Tribunal de Contas do Estado, que suspeitou de favorecimento à Supervia. “Para esse tipo de ato, é preciso que haja uma única empresa capaz de fornecer esse tipo de serviço e que seja compatível com esse tipo de mercado. Estamos examinando isso”, afirmou o presidente do TCE, Jonas Lopes na ocasião.
O valor do contrato é embolsado pela SuperVia levando em conta uma composição de fontes: tarifa turística (R$ 5, desde abril de 2013); tarifa cobrada para moradores (R$ 1); publicidade. O que faltar para chegar ao montante, o governo complementa. Questionada na ocasião se já tinha experiência em operação de teleféricos, a SuperVia disse que, “por meio de um decreto baixado pelo governador , foi estabelecido que o teleférico seria um alimentador do sistema ferroviário e que a concessionária seria a administradora até a licitação”. A Secretaria de Transportes do Estado informou que na época não havia um modelo que pudesse ser utilizado para a abertura de licitação do teleférico.
Os moradores têm direito a duas viagens diárias grátis, pagando R$ 1 por cada adicional. Apenas 22% da comunidade usa o meio de transporte.