Mesmo com as comunidades ditas pacificadas, como Pavão-Pavãozinho, em Copacabana; Rocinha (São Conrado) e o Complexo do Alemão tendo tiroteios constantes entre traficantes e a população local totalmente insegura, o Governo Luiz Fernando Pezão incentiva, com recursos públicos, o turismo nestes lugares. Fazendo com que os turistas corram riscos de serem atingidos por balas perdidas e tenham o mesmo destino do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, morto em tiroteio no Pavão-Pavãozinho em 22 de abril último junto ao muro de uma creche.
Todo mês, circula em um grande jornal carioca, o Guia das Comunidades, impresso e financiado pelo Governo do Estado, que também é distribuído nos albergues. A última edição, já na gestão de Pezão, lança a campanha “Vem pra favela”, para estimular a população a visitar comunidades com UPPs. É recomendada ainda a visita ao Mirante da Paz, no Pavão, onde o clima tem sido de guerra nos últimos dias, com tiroteios praticmaente diários entre traficantes e policiais da UPP.
Pezão tenta desesperadamente manter a farsa da pacificação via UPPs. Porém, ela já caiu e só ele insiste em achar que não. Até hoje não foi achado o corpo do pedreiro Amarildo Dias de Souza, tido como desaparecido e morto por policiais da UPP da Rocinha em julho do ano passado. Chegaram a declarar até que ele seria ligado ao tráfico de drogas na região. Mesmo que tivesse sido, a família não teve o direito de enterrá-lo.
A UPP do Pavão-Pavãozinho, inaugurada em 23 de dezembro de 2009, já teve cinco anos para colocar na cadeia os traficantes remanescentes e agir apenas preventivamente.
Por sua vez, o governo do estado e a prefeitura carioca tiveram cinco anos para implantar saneamento básico, construir postos de saúde, urbanizar as ruas e vielas, normalizar o fornecimento de luz, água, gás e telefone, providenciar transporte público e, o mais importante, regularizar a posse dos terrenos e casas da região. Porém, nada fez.
A morte (ou execução com tortura) de DG, que participava de um programa na TV Globo, é mais um entre tantos casos que tem aparecido apenas porque as comunidades não mais se calam diante da violência policial, do estado. O episódio bárbaro da auxiliar de serviços gerais Cláudia Silva Ferreira, baleada em uma operação desastrada numa favela da zona norte e arrastada por 250 metros por uma viatura da PM que deveria socorrê-la, parecia o fundo do poço.