Carolina Paiva, Edição
Para além dos desdobramentos da crise política em Brasília, o mercado e os analistas ficarão de olho, nesta semana que se inicia, em dois fatos econômicos: a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa básica de juros (Selic), na quarta-feira, 31, e a divulgação do IBGE do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre, marcada para acontecer na quinta-feira, 1º de junho.
No mercado futuro de juros, as apostas majoritárias são de que o Copom promoverá um corte de 1 ponto porcentual na taxa básica, hoje de 11,25% ao ano. A expectativa é anterior à divulgação da delação dos irmãos Batistas, controladores da JBS, que causou um rebuliço na economia e ampliou as dúvidas dos investidores, locais e internacionais, a respeito do futuro do País.
A grande dúvida é como o Copom vai reagir a toda essa imprevisibilidade, verbalizada sobretudo pela decisão da agência de classificação de risco Moody’s, que na sexta-feira, 26, alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil, atualmente Ba2, de estável para negativa. Mais cedo, na segunda-feira, 22, a S&P tinha colocado o rating do País em atenção para rebaixamento, motivado por uma “maior probabilidade de um atraso na recuperação econômica”.
Também serão conhecidos na quinta-feira, 1º de junho, os dados sobre desemprego no País até abril e, sobretudo, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre do ano.
Analistas esperam que o PIB traga uma ligeira expansão da atividade econômica no período, na comparação com os três meses anteriores, puxada em boa medida pelo forte desempenho do setor agropecuário.
Em relação a igual período de 2016, porém, o resultado pode ser de queda. E há dúvidas no mercado sobre se o dado indicará uma trajetória de recuperação firme. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, por sua vez, reforçou na sexta-feira, 26, expectativa de crescimento de 0,5% na comparação do primeiro trimestre com igual trimestre de 2016.