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Pinacoteca mostra obra que marcou 25 anos de Grassmann

Com 85 peças, a Estação Pinacoteca faz um panorama de 25 anos da carreira do gravurista Marcelo Grassmann. As obras estão expostas em ordem cronológica, desde 1944, início da carreira do artista, até 1969. Os trabalhos são um recorte da seleção feita pelo próprio Grassmann, com 387 peças adquiridas pelo governo do estado de São Paulo, em 1969.

“Esse acervo possibilita essa leitura do desenvolvimento e da trajetória dele como artista, do amadurecimento da criação das imagens com que ele tratava e das formas de apropriação das diferentes técnicas de gravura”, explica o curador Carlos Martins. A mostra pode ser vista até o dia 25 de maio no museu, que fica na Praça da Luz. “A grande oportunidade da exposição é o visitante ter uma visão geral da trajetória do artista, da construção do imaginário dele, do seu universo fantasmagórico”, acrescenta.

O artista trabalhou com xilogravura, metal e litogravura para a construção desse universo fantástico, povoado de criaturas sombrias. “Em 1949, ele já tem uma imaginação, um tratamento de assuntos das imagens, que vai perdurar até o fim da vida, que são essas criaturas meio animais, meio sinistras, ameaçadoras. Esse universo fantástico que ele vai criar em toda a vida dele”, explica Martins. Grassmann morreu em junho de 2013, aos 88 anos.

Com tendências expressionistas, Grassmann começou como autodidata, trabalhando como artesão no entalhe de móveis. A partir daí, foi desenvolvendo seu trabalho e explorando as possibilidades da gravação. “O trabalho dele é único no sentido de se propor, durante toda a vista, uma busca, um aprimoramento e a definição de uma linguagem própria”, ressalta Martins.

Há ainda a oportunidade de se conhecer o processo de criação do artista, exposto em uma obra, com as provas iniciais até o trabalho finalizado. “Isso mostra o amadurecimento e da construção do trabalho em cima de uma matriz”, diz o curador.

Apesar do recorte da exposição se limitar ao final da década de 1960, Grassmann trabalhou até o final da vida, sendo também consagrado como ilustrador. “Além dessas gravuras que ele produziu, ele deixou centenas de desenhos. Ele era um desenhista exímio. Ele estava praticamente todo o dia desenhando ou gravando, era um hábito, uma atividade do cotidiano dele”, conta Martins.

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