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Pintinho novo no BB confunde coletivo de papéis

Já mencionei que fui funcionário do Banco do Brasil por quase 17 anos, onde conheci algumas das figuras mais engraçadas. Uma dessas foi o Braga, vulgo Piu-Piu, que inclusive foi homenageado em meu primeiro romance, “Despido de ilusões”. Nessa época, apesar de não trabalharmos na mesma equipe, ficávamos sentados praticamente um em frente ao outro. Por isso, não eram raros os momentos de descontração.

Certo dia, lá estava o Braga tentando explicar algo para o Rodrigo, que era um estagiário recém chegado. Apesar de novo no setor, logo se formou uma forte interação entre os dois, que viviam fazendo piada um com o outro. Todavia, nem sempre eu prestava atenção nas tretas deles, mesmo porque o meu trabalho envolvia algumas contas, que, apesar de não muito complexas, necessitava de certa concentração. De repente, o Braga aumenta um pouco o tom da voz.

– Rodrigo, presta atenção, moleque doido! Já te expliquei isso três vezes!

– Tô prestando, Braga! Já peguei o filho da ninhada.

– O quê?

– Filho da ninhada! Ou vai me dizer que você não sabe o que é isso, mané?

O Braga soltou aquela sonora gargalhada, ao mesmo tempo em que olhou pra mim.

– Viu essa, Dudu? Filho da ninhada!!!

Apenas sorri, enquanto os dois se engalfinhavam, mas sem perderem a esportiva. Só me lembro que depois os dois se levantaram e foram tomar café na cantina. A última coisa que ouvi foi o Braga, quase gritando, falando:

– Rodrigo, é fio da meada!!!

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