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Pitbull do STF sangra de novo bucho do mariola

Brasília - O ministro do STF, Alexandre de Moraes, fala à imprensa após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Caráter não se compra na padaria, tampouco se encontra na esquina. A falta dele é o problema do bilionário sul-africano Elon Musk. Dinheiro ele tem demais, mas o caráter é do tamanho de uma ameba, o protozoário comedor de cérebro. No centro de uma das maiores contendas com o Poder Judiciário, o dono da plataforma X, banida do Brasil pelo ministro pitbull Alexandre de Moraes, continua mostrando porque é odiado por pelo menos dois terços da população do país. O outro terço o idolatra certamente porque pensa e age como ele. É a prova de que todo ser de caráter duvidoso sempre acha um par que o admire.

Desafiador, acostumado a vencer guerras por onde passa e achando que uma derrota é sinônimo de humilhação, Musk tentou mostrar a seu público brasileño que é do tipo fodão e capaz de superar decisões judiciais sem problemas. Deu com os burros n’água. Perdeu a briga, alguns bilhões e teve a jugular dilacerada em nova batalha canina com Moraes. Mais uma vez, o ministro carequinha e sem medo de cara feia obrigou o menino riquinho a sentar, sem vaselina, na espiga de milho escurecida pela fumaça que esconde o horizonte brasileiro.

Tão maldosa como sua conduta, a manobra usada por Elon Musk para engambelar Moraes durou pouco. Menos do que esperava o comprador de dignidades. Desceu pelo ralo a ideia de se utilizar de um servidor intermediário, o que dificulta o bloqueio por operadoras de internet, para recuperar o funcionamento do X para meia dúzia de brazucas. É claro que Alexandre de Moraes não engoliu o argumento de que a rede voltou involuntariamente ao ar nessa quarta-feira (18) por conta de um erro técnico.

Sem dúvida alguma que a intenção de Musk foi deliberada. Para contê-la, Moraes anunciou na quinta-feira (19) mais uma facada no bucho branquelo do bilionário sanguessuga e mariola. Na decisão, o ministro determinou o bloqueio definitivo da plataforma e, caso haja novo descumprimento, cada dia de violação custará R$ 5 milhões aos recheados bolsos do papagaio de pirata de brasileiros que, como ele, têm dificuldades de conviver com derrotas. Ao que parece, Musk acreditou que Moraes também sofresse do mal de quase todos os homens públicos que operam no Brasil: a inércia.

Habituado a dizer em suas palestras pelo mundo que não precisou estudar em Harvard, mas as pessoas que trabalham para ele sim, o empresário se autodenomina uma pessoa inspiradora e, às vezes, pensadora. É atribuída a ele a frase “Os princípios são mais importantes do que o lucro”. Com todas as vênias e interrogações prováveis e possíveis, não acredito em palavras vãs. Quem pensa desse jeito jamais faria ou deixaria alguém fazer o que ele faz. A menos que seja alguma encomenda local.

Sem o prestígio que julgava ter no Brasil, Elon Musk perdeu mais um round para Alexandre de Moraes. Embora estejamos a reboque no quesito poderio tecnológico, nossas leis ainda não viraram fumaça. Muito pelo contrário. Os incendiários sem poder que o digam. Sobre Elon Musk, uma vez mariola rabudo, sempre mariola rabudo. Vale lembrar que todo mau-caráter acredita ser um santo e normalmente se apresenta com boas intenções. Com todo respeito aos adoradores do mau-caratismo, mas uma pessoa de caráter ruim se entrega fácil, na medida em que ela é capaz de tudo, inclusive de simular boas atitudes.

*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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