O PT já tem seu Plano B para disputar a sucessão presidencial. Caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido pela Justiça Eleitoral de concorrer ao Palácio do Planalto, o cabeça de chapa será o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. A vaga de vice-presidente será ocupada por Manuela D’Ávila, do PCdoB do Rio Grande do Sul.
Por enquanto, Haddad é apenas ‘vice de Lula’, mas a estratégia incluiu a renúncia de Manuela em sua candidatura à Presidência. É pouco provável que Lula consiga vencer as barreiras jurídicas – ele passou a ser ficha suja após sua prisão – e o mais provável é que o ex-prefeito dispute o Planalto com a deputada gaúcha fechando a chapa.
Lula, que está preso desde abril em Curitiba, foi aclamado no sábado (4) como candidato à Presidência na convenção nacional do partido. Mas, na dúvida, na madrugada desta segunda, 6, veio a confirmação do nome de Haddad como vice. Se um sai, o outro fica. O próprio Lula confirmou Haddad, por meio de postagem em sua conta no Twitter.
Fernando Haddad, 55 anos,nasceu em São Paulo. Na USP foi graduado em direito, mestre em economia e doutor em filosofia. Passou a ser professor na instituição em 1990. É filiado no PT desde 1983.
Foi ministro da Educação. Teve participação direta no desenvolvimento de projetos como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em 2012 foi candidato e elegeu-se prefeito da capital paulista. Em 2015, retomou a atividade docente na USP paralelamente ao exercício do mandato.
As negociações deste domingo levaram à desistência da candidatura própria do PCdoB à Presidência da República. Venceu a proposta de uma coligação com o PT. Manuela D’Ávila chegou a ser confirmada pelo partido como candidata. No final da convenção, entretanto, ela já havia adiantado que abriria mão de disputar o cargo caso houvesse unidade de outros partidos da esquerda que pretendessem concorrer ao pleito.
Neste domingo ficou acordado que Manuela irá viajar o país junto com o candidato Fernando Haddad para fazer campanha em nome do ex-presidente Lula.
Segundo a presidente do PCdoB, Luciana Santos, a decisão do partido foi tomada em nome da unidade. “Manuela disse que nunca foi óbice a qualquer tipo de unidade política. Nós estamos construindo a unidade política que foi possível construir no primeiro turno, com a participação e liderança de Lula. Isso por uma circunstância objetiva, até que se definam as pendências legais”, destacou Luciana.
A presidente do PT, Gleisi Hoffman, disse que a decisão de escolher um candidato a vice-presidente do próprio partido foi para garantir que a representação de Lula seja feita por um de seus membros. “[Isso foi decidido] na avaliação que fizemos para assegurar a manifestação do presidente Lula. E vamos com a candidatura de Lula até as últimas consequências: a vocalização de sua campanha será feita com um companheiro do PT”, afirmou.