Bombeiros e policiais militares de todo o País iniciaram um movimento para emplacar o ex-deputado Alberto Fraga (DEM) no comando do Ministério da Segurança Pública, que o presidente Jair Bolsonaro avalia recriar por meio de Medida Provisória. A categoria não gostaria de ver no cargo o delegado da Polícia Federal Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública de Brasília.
Fraga, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, é velho aliado de Bolsonaro. O nome dele foi levado ao presidente pela Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como ‘Bancada da Bala’ no Congresso Nacional. O ex-deputado ‘é a pessoa mais credenciada’ para ocupar o cargo, defendeu o coronel Wellington Corsino, presidente da AmeBrasil, entidade que reúne os bombeiros e policiais militares.
O nome do delegado Torres foi citado na quinta, 4, como futuro ministro, após Bolsonaro ter se reunido com o secretário de Segurança de Brasília. Porém, segundo o coronel Corsino afirmou a Notibras, a pauta do encontro não foi a recriação do ministério. “O presidente foi pedir uma atenção especial aos movimentos de rua programados para domingo (7) na capital. Há o temor de que a manifestação provoque tumulto, e isso não será bom para o país”, disse o presidente da Ame-Brasil, numa referência aos atos convocados por opositores do governo.
Segundo o coronel Corsino, as áreas de segurança – desde o policial civil à Polícia Federal, passando pelos policiais militares – estão preocupadas com o quadro da pós-pandemia, o que, por si só, enfatizou, justificaria a recriação do Ministério da Segurança Pública. “A economia está em frangalhos; essa situação vai refletir na sociedade, com aumento no índice de criminalidade. E queremos evitar que aproveitadores de ocasião tenham pretexto para gerar baderna e conflitos”, disse.
O representante dos bombeiros e policiais militares advertiu que “depois dessa onda (da Covid) teremos a segunda onda que é o problema da economia. Se olharmos para o passado, veremos que crise econômica abre as portas para a criminalidade, para a violência”. Na avaliação do coronel Corsino, o governo precisa dar um passo à frente e prevenir-se para evitar que uma onda de violência tome conta do país.
Para que a sociedade tenha tranquilidade, acentuou o coronel, “será preciso traçar um cenário, por mais que não se deseje, de um clima de tensão social”. Nessa hora, diz, ao insistir no nome de Alberto Fraga,”precisamos de alguém com experiência. O desenho que traçamos é do aumento da violência, e ninguém quer isso”, ponderou.
Ainda de acordo com o coronel Corsino, essas precauções vão garantir “estabilidade política e ordem pública” e virão no bojo do novo ministério. O ‘desenho’ da pasta coloca sob o mesmo guarda-chuva as forças de segurança de Estados e municípios, mediante a implantação de um Sistema Único de Segurança com abrangência nacional, como é o SUS para a área da saúde. Já a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional continuarão no Ministério da Justiça.