O PMDB corre sério risco de entrar para a história política do Brasil como um partido integrado por políticos que só conseguem sobreviver à base de esquemas de propina e corrupção. A voracidade por recursos públicos ilícitos de seus caciques regionais é tamanha que causaria inveja ao lendário Ali Babá e seus 40 ladrões.
Um exemplo gritante da ousadia dos peemedebistas está no Rio de Janeiro. Roubaram tantos recursos, que deixaram o Estado falido. No caso do estado fluminense a Justiça tardou, mas chegou. E chegou graça aos procuradores e policiais federais da Operação Lava-Jato. Estão condenados e recolhidos à prisão o ex-governador Sergio Cabral e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jorge Picciani, e mais dois deputados peemedebistas, também foram levados para a prisão, na semana passada, por decisão da Justiça Federal, sob a acusação de terem recebido propina milionária de empresários do setor de transporte coletivo.
O atual governador, Luiz Fernando Pezão, e o secretário-geral da Presidência da República, Moreira Franco, foram também denunciados pela Procuradoria-Geral da República. O ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes, também tem de se explicar sobre desvios de recursos destinados a olimpíada do Rio de Janeiro.
Foram presos também seis conselheiros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, por terem recebido propina em troca aprovação de processos contrários aos interesses do governo. Na quarta-feira, fechando o cerco aos políticos corruptos do Rio de Janeiro, a Policia Federal levou para a cadeia os ex-governadores Garotinho e sua esposa Rosinha Mateus. Eles são acusados de integrarem um esquema de cobrança de propinas. Eles foram recolhidos ao presidio de Benfica, onde está preso o desafeto do casal, o ex-governador Sergio Cabral. Como se vê, não se salva ninguém no Rio de Janeiro, e todos são do PMDB.
Mas a bandidagem dos peemedebistas tem atuação na Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio, Grande do Sul, Pará, Roraima, Rondônia, Goiás, Maranhão e Alagoas. Os envolvidos mais destacados são os senadores Renan Calheiros, Eunício de Oliveira, Romero Juca, Edson Lobão, Jader Barbalho, José Sarney, o ex-deputado Eliseu Padilha, atual chefe da Casa Civil do Palácio do Planalto. Todas eles respondendo a processos no Supremo Tribunal Federal.
O senador alagoano Renan Calheiros é o parlamentar que responde ao maior número de processos nos Tribunais. São nove. Na semana passada, o juiz da 14º Vara Federal de Brasília o condenou a perder o mandato e suspendeu direitos políticos dele por oito anos por improbidade administrativa. Renan foi condenado por “enriquecimento ilícito” e “vantagem patrimonial” indevida”, em um desdobramento do caso Mônica Velloso”, com quem o congressista manteve um relacionamento extraconjugal.