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PMDB racha e coloca Renan, aliado do Planalto, no centro da mira da manifestação do dia 16

Aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) definiram, em almoço com o presidente da Câmara nesta terça (11), uma estratégia para bombardear a aproximação de Renan Calheiros (PMDB-AL) com o governo Dilma Rousseff.

Segundo a coluna Painel, da Folha de São Paulo, o discurso será o de que Renan atua para salvar a presidente num acordo que inclui preservá-la das investigações da Lava Jato.

Com ou sem o incentivo dos aliados de Cunha, Renan já virou alvo dos protestos deste domingo (16), mas por outro motivo: o presidente do Senado teria cedido ao apelo de Dilma não só para barrar a “pauta-bomba”, como também para salvá-la da derrota no Tribunal de Contas da União, em troca de ver atendidas suas 28 propostas para tentar reverter o quadro econômico negativo.

O clima de animosidade no PMDB ficou claro depois que Renan apresentou o seu Projeto Brasil, sem ouvir deputados. A iniciativa irritou Cunha, que rompeu com o governo após ser citado em delação da Operação Lava Jato. O deputado classificou a iniciativa como tentativa de criar constrangimento para a Câmara, “o que não vai acontecer”, segundo ele.

“Vivemos pela Constituição um sistema bicameral”, afirmou. “As duas Casas têm de funcionar e aprovar suas propostas. Não dá para se achar que só o Senado funciona ou só a Câmara funciona.”

Os líderes chegaram a rascunhar uma carta com propostas para uma “agenda positiva” dos deputados. A iniciativa foi bloqueada pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), um dos principais aliados de Cunha na Casa. “O Senado tem todo o direito de exercer o papel que acho que deve exercer, mas não creio que haja a condição de que uma das Casas é responsável e outra irresponsável.”

A oposição foi ao ataque. “Não podemos ser massa de manobra no momento em que a nau naufraga, levada a pique pelo governo e pelo PT”, disse o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). “São iniciativas que alimentam o confronto. A Câmara não vai ficar passiva e em posição de que parte do Parlamento é irresponsável e parte, salvadora da pátria”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

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