Se o PT quiser, que sinta suas dores, mas o PMDB não vai abrir mão das candidaturas para presidir as duas Casas do Congresso Nacional. A decisão está tomada e será sacramentada nesta quarta-feira em Brasília, em reunião da cúpula do partido na Câmara e no Senado. A ordem é evitar dissidências e votar fechado no deputado Eduardo Cunha e no senador Renan Calheiros.
A definição oficial da Executiva do PMDB, anunciada pelo Terra, ocorre num momento em que os partidos de oposição no Senado tentam dividir a bancada para evitar que Renan seja reeleito.
O senador alagoano ainda não anunciou oficialmente que pretende disputar a reeleição, mas a tendência é que a bancada de senadores peemedebistas se reúna na próxima semana para oficializar sua candidatura.
Na Câmara, o problema não é a oposição, mas sim o PT, que tenta rachar a bancada peemedebista para enfraquecer a candidatura de Cunha e ajudar o candidato petista ao comando da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (SP).
A reunião foi convocada nesta terça-feira pelo vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, após uma reunião com Cunha, Calheiros, o senador José Sarney (PMDB-AP), o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), segundo uma fonte do partido.
Antes de acertar a convocação da Executiva, Temer comunicou a decisão aos ministros da Casa Civil, Aloiozio Mercadante, Pepe Vargas (Relações Institucionais), e Ricardo Berzoini (Comunicações), que compõem o núcleo decisório mais próximo da presidente Dilma Rousseff.
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Segundo essa fonte da legenda, que falou sob condição de anonimato, no encontro Temer informou ainda que para evitar sequelas após a eleição das Mesas do Congresso, o governo deveria evitar movimentos políticos no sentido de desequilibrar o jogo a favor de outras candidaturas.
A maior preocupação é com a disputa na Câmara, onde PT e PMDB, principais partidos da base aliada de Dilma, se enfrentam pela presidência. Há temor entre os peemedebistas que o governo use cargos de segundo e terceiro escalão para impulsionar a candidatura de Chinaglia contra Cunha.
Nessa reunião, segundo a fonte, o governo indicou que esses instrumentos não serão usados para desequilibrar a disputa.