Pobre de Brasília vive engasgado sem ter eletricidade e esgoto
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emUm estudo divulgado nesta quarta-feira 15 pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) revela que o acesso a serviços como eletricidade e saneamento básico é desigual até mesmo dentro das próprias regiões administrativas do DF. O trabalho levou em consideração dados como o acesso a saneamento básico e água tratada, idade escolar correspondente à série cursada e acesso à energia elétrica.
“Quando olhamos para o Distrito Federal, em geral, temos bons indicadores de oportunidade. Mas essas oportunidades não estão distribuídas igualmente, nem nas regiões administrativas nem nas pessoas”, disse o diretor de Estudos e Políticas sociais da Codeplan, Flávio de Oliveira Gonçalves, um dos autores do estudo.
Cada cidade pode apresentar números que contradizem o senso comum, o que indica que nem todas as pessoas que vivem em uma mesma região conseguem acessar as “oportunidades disponíveis da mesma maneira”, diz trecho do estudo. No Lago Norte, por exemplo, o número que define a diferença na oportunidade de acesso a um saneamento adequado é 3,6, enquanto em regiões como o Gama, a diferença é 0,6.
Na tabela geral com o Índice de Oportunidade Humana de cada região, as cidades e regiões que mais necessitam de atenção pública para equilibrar o acesso aos serviços são a Fercal, que, em um índice que vai de 0 a 100, atinge 78,3, seguida pelo Jardim Botânico, com 86,2, e Sobradinho II, com 87,6. Isso não implica dizer que tais áreas sejam as mais pobres do DF, ainda que algumas apresentem baixas taxas de renda familiar.
“Regiões como a Estrutural e a Fercal apresentam saneamento muito precário. Porem, mesmo em regiões consideradas ricas, existe saneamento precário. Mas eu diria que o quadro do Lago Norte ou do Jardim Botânico, que têm baixo nível de saneamento, a situação não é socialmente tão preocupante quanto a Fercal ou a Estrutural”, disse Flávio Gonçalves.