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Poços, antes doce calda, hoje jorra a ira fascista

Poços de Caldas é uma das minhas cidades favoritas. Linda, acolhedora, histórica. Situada na cratera de um extinto vulcão, suas águas sulfurosas são curativas, tratando milhares de pessoas que diariamente chegam à maior das cidades da deslumbrante Serra da Mantiqueira.

Pelo palco de seu sofisticado Palace Cassino desfilaram artistas nacionais e internacionais, como Carmem Miranda, Luiz Gonzaga, Dorival Caymmi, Jean Samblon, Gregório Barrios, Orlando Silva. Pelas praças, bosques, hotéis, livrarias e restaurantes circularam Rui Barbosa, Santos Dumont, Olavo Bilac, João do Rio, Cândido Portinari, Osvaldo Aranha, Benedito Valadares, Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas, cuja belíssima suíte no Palace Hotel está preservada.

Voos diários ligavam Poços às principais cidades brasileiras. Com população reconhecida por seu apreço à história e cultura, Poços colecionou prefeitos de diversos partidos, mas todos de inegável boa qualidade.

Faz alguns poucos anos, um grupo político introduzido por deputado federal do PSDB (cujo nome está envolvido na chamada máfia de venda de órgãos humanos) comanda a prefeitura, tendo conseguido eleger o novo prefeito, um tal Paulo Ney. O vídeo da comemoração de sua vitória é a certeza de que a linda e histórica Poços de Caldas morreu e estará nos próximos anos nas mãos de um desqualificado moral.

A Rádio Jovem Pan de Poços de Caldas é uma franquia da JP paulista, sabidamente fascista. A rádio atacada pelo prefeito eleito é uma emissora correta, com viés democrático em sua linha informativa.

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