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Poderes chegam a consenso para fim da crise política

BRASÍLIA, DF, BRASIL, 03-08-2014, 10h00: O Exército Brasileiro realiza neste domingo (3), às 10h, a tradicional cerimônia cívico-militar de substituição da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Pelo menos há um consenso entre o governo, parte do Congresso e o Judiciário: a crise política que perdura há dez anos precisa acabar. O problema está em como e para onde? O PT gostaria de retomar o protagonismo do pacto lulista, o Congresso quer o presidencialismo de coalizão ou semi-parlamentarismo, e ninguém sabe como desjudicializar a política e despolitizar o Judiciário.

Mas o certo é que pelo menos as figuras minúsculas que se agigantaram nestes dez anos devem ir para a lata de lixo de história. Começando pela Operação Lava Jato. Depois de Deltan Dallagnol, é a vez de Sérgio Moro ver o cerco se fechando no Judiciário, onde acumula derrotas, como na decisão do STF em impedir a destruição das provas da Vaza Jato, e no TRE, onde avança o seu pedido de cassação.

Até no Senado, Moro deve sofrer constrangimentos com a presença dos acusadores contra a Operação Tacla Duran e Tony Garcia na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle, além da sabatina de Cristiano Zanin, o ex-advogado de Lula na Lava Jato. Enquanto isso, Jair Bolsonaro conta apenas com a fidelidade de Kássio Nunes Marques no TSE para atrasar o processo que parece fadado a decretar sua inelegibilidade.

Segundo Thaís Oyama, ninguém mais na direita está preocupado com o destino do capitão e líderes partidários e eleitores agora cortejam o governador paulista Tarcísio de Freitas. Prova da solidão de Jair está na expressiva derrota dos bolsonaristas na CPMI dos atos golpistas. A base governista não apenas evitou a ida do general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI de Lula, como emplacou a convocação de nomes-chaves do governo anterior como os generais Braga Netto e Augusto Heleno.

A lista inclui, claro, os operadores do golpe Anderson Torres, que tinha a versão resumida da quartelada em casa, e Mauro Cid, que carregava no celular o plano chamado “Forças armadas como poder moderador”, com nomeação de um interventor, cassação de ministros do STF e suspensão das eleições, na pior reprodução de 1964. Mais do que defender o capitão, os parlamentares da extrema-direita precisam salvar a própria pele. É o caso do deputado André Fernandes (PL-CE), autor do pedido da CPMI, mas ele mesmo investigado pelo STF sobre a participação na tentativa de golpe, e do senador Marcos do Val (Podemos-ES), alvo de buscas e apreensões por parte da PF.

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