Leonardo Mota Neto
Agatha Christie escreveu “O Caso dos Dez Negrinhos”, mais tarde transformado em “O Conto dos Dez Indiozinhos” para não parecer um acesso de preconceito racial vitoriano.
Um a um, dez personagens do livro de mistério da genial escritora inglesa, convidados para um fim de semana numa mansão de uma ilha, foram sendo assassinados, cada qual envolto em circunstâncias de enigma e requintes de planejamento mórbido.
O dono da mansão nunca apareceu. Somente ao final, quando do décimo assassinato, é finalmente desoberto: era um dos convivas. Todos tinham contas a pagar com o vingativo anfitrião.
O caso, apenas uma alusão indireta ao Brasil de hoje. João Santana mandado prender pela Polícia Federal, é mais um “negrinho” ou “indiozinho” que cai na extensa fileira dos que supostamente têm contas a pagar com a justiça, a polícia e a receita.
Santana, marqueteiro da presidente Dilma e antes do ex-presidente Lula, é teoricamente um poço de informação sobre as campanhas eleitorais do PT suas conexões com supostas doações ilegais da empreiteiras.
O cerco está se apertando. Caiu mais um personagem do conto dos dez “negrinhos” ou “indiozinhos”. O dono da mansão ainda não apareceu. Vai aparecer no final?