Uma bomba de médio teor explosivo foi desativada na noite deste sábado, 24, nas imediações do Aeroporto JK, em Brasília. O artefato foi deixado junto a um caminhão carregado de combustível. Alertadas, equipes das polícias Civil Militar entraram em ação, abortando o que poderia ser um ato terrorista sem precedente na capital da República. O ataque foi planejado por um fazendeiro que participava dos atos antidemocráticos no Quartel General o Exército, no Setor Militar Urbano. No imóvel que ele ocupava no Sudoeste, região de classe média alta do Distrito Federal, foram encontradas armas de uso restrito e dezenas de munições.
Delegados e agentes da Polícia Civil, oficiais da PM e do Corpo de Bombeiros foram acionados para investigarem a possibilidade de haver um artefato explosivo em uma caixa encontrada na via que dá acesso ao Aeroporto de Brasília. os policiais, após retirarem o artefato o local, explodiram a bomba. O material foi recolhido e enviado para perícia. Durante a ação, uma das vias de acesso ao aeroporto foi interditada.
Segundo a Inframerica, concessionária do aeroporto, o alerta foi dado por um de seus funcionários, seguindo os procedimentos que são adotados quando objetos suspeitos são abandonados tanto no aeroporto como em suas proximidades.
A PMDF informou que havia dentro da caixa um objeto suspeito e que, diante da situação, deu início à chamada Operação Artefato, nome dado às ações do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que envolvem situações com explosivo. A caixa estava abandonada abandonada sob um caminhão de combustíveis que abastece aviões. O futuro ministro da Justiça indicado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Flávio Dino, comentou nas redes sociais sobre o ato terrorista e elogiou a pronta ação das forças de segurança e Brasília.
Segundo informado pela Polícia Civil, o suspeito é um empresário e fazendeiro de 54 anos, com residência fixa no Pará. Ele viajou a Brasília para participar das manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O suposto terrorista foi localizado e preso em um apartamento em Sudoeste, e confessou que tinha intenção de explodir o artefato no aeroporto.
De acordo com a polícia, depois de montar o artefato, o bolsonarista entregou o objeto para uma outra pessoa – já identificada pelos investigadores – que ficou responsável em levar o dispositivo até a região do Aeroporto JK. Segundo a investigação, a ideia inicial dos criminosos era que o explosivo fosse depositado próximo a um poste de energia, para prejudicar a distribuição de energia da cidade. Mas, de última hora, a decisão acabou sendo por colocar o objeto em uma caixa apoiada no caminhão de combustível, que estava carregado de querosene de aviação.
Com o suspeito, foi apreendido um arsenal com pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas. Ele foi autuado por posse e porte ilegal de armas, munições e explosivos, além de ter sido processado por crime contra o estado democrático de direito. Outras pessoas também estão envolvidas no crime e a polícia já trabalha para localizá-las.