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Polícia declara guerra ao Buriti e invade gabinete de Seba

Bartô Granja

Se não há diálogo, não há paz. Se não tem conversa, é guerra. Se tem guerra, é sem armistício.

Essa é a nova postura da Polícia Civil do Distrito Federal, que invadiu na tarde desta sexta, 21, o gabinete do diretor-geral Eric Seba, aos gritos de ‘Fora Rollemberg, Fora Márcia (Alencar, secretária de Segurança) e Fora DG’, ou seja o delegado Seba.

Seba decidiu ceder e receber um grupo de delegados para conversar, mas proibiu a permanência de agentes e escrivães no local. Irredutíveis, os policiais, à frente o presidente do sindicato da categoria Rodrigo Franco Gaúcho, fincaram pé no gabinete.

O clima de tensão aumentou com a ameaça de Eric Seba em convocar o DOE (Departamento de Operações Especiais) para retirar os manifestantes na marra.

A crise entre a Polícia Civil e o Palácio do Buriti vem se arrastando há meses. O estopim foi aceso nesta sexta-feira, com a publicação de portaria de Rollemberg, determinando uma série de remanejamentos de delegados.

Sobre os remanejamentos, Gaúcho divulgou a nota oficial que pode ser lida a seguir:

Foi publicado nesta manhã, 21, a exoneração de 7 delegados de polícia dos cargos comissionados de chefia que eram exercidos à frente de unidades da polícia.

A ação, encabeçada e endossada pelo fiel escudeiro de Rollemberg na Polícia Civil do DF, Eric Seba, desmoraliza o Sindicato dos Delegados do DF e tem o claro objetivo de desmobilizar as ações dos policiais civis em busca da manutenção da paridade com os policiais federais na recomposição salarial.

Os delegados exonerados fazem parte de um grupo de vários outros delegados que têm uma postura mais enérgica e de cobrança da falta de efetivo e de impossibilidade de continuar trabalhando na ilegalidade.

O próximo passo será a exoneração dos agentes e escrivães que compõem as equipes destes delegados. Posteriormente, outros delegados serão também perseguidos e punidos com exonerações. A estratégia é calar a boca de quem tem posição firme na defesa da instituição, ao propor mudanças que favoreçam a investigação em detrimento de um funcionamento do plantão de forma precária, como já vem denunciando o SINPOL/DF.

De lambuja, Rodrigo Rollemberg e Seba contra-atacam as ações de mobilização de toda a categoria policial. Novas exonerações e nomeações virão nesse sentido. A paridade fica cada vez mais distante e Seba tenta voltar a PCDF à normalidade a fim de demonstrar a “satisfação” da categoria, que já tem 47% de defasagem salarial.

Primeiramente, conclamo os policiais civis que não assumam nenhum cargo de chefia ao lado dos novos dirigentes de unidades. A categoria aprovou em assembleia e deixou bem claro que, quem assumir cargos comissionados nesse governo Rollemberg, será considerado traidor da categoria.

Nesse momento de luta da categoria em prol da paridade que atinge a todos, infelizmente o governo utiliza da vaidade e ambição de alguns poucos apegados ao poder para dividir a categoria. Temos que resistir.

Espero uma reação por parte do Sindepo. Até aqui temos seguido juntos na luta pela recomposição. O Sindepo deve ter a clareza que isso enfraquece não somente o sindicato dos delegados, como também nosso movimento conjunto.

As exonerações não tem nenhum caráter técnico. São revestidas de perseguições políticas e de caráter pessoal. Por que não exoneraram todos aqueles que pediram ? Por que só exoneraram alguns delegados que tem exercido liderança em defesa da instituição ? Irão exonerar mais alguns na próxima semana e vamos aceitar calados ?

Conclamo todos os policiais a se manifestarem hoje à tarde, 21, as 14 horas em frente ao Dubai. Ato em favor da exoneração de todos os cargos de chefia . Ato para que ninguém assuma novos cargos de chefia. Ato em defesa da paridade e da recomposição.

O SINPOL INFORMA que nenhum policial civil deve cumprir atribuições de outros cargos. Toda a ocorrência deverá ser submetida a avaliação jurídica da autoridade policial presente. Caso não haja, o cidadão deve ser encaminhado à outra unidade policial. Operação PCDF de forma irrestrita.

Cada vez mais a PCDF tem se mostrado, na atual gestão, uma polícia política e de governo. Somos polícia de Estado e não podemos abrir mão disso.

Rodrigo Franco Gaúcho
Presidente do SINPOL/DF

Assista o vídeo:

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