O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, informou que a polícia do Rio irá entrar primeiro no Complexo da Maré, e depois, passará o comando para o Exército. Ele explicou que antes do Exército ocupar o Complexo da Maré, haverá uma série de operações das polícias estaduais.
“Primeiro, entram as forças do estado e depois nós passamos essa área ao Exército. Depois da Garantia da Lei e da Ordem instalada, quem vai fazer a ocupação é o Exército. Nós vamos entrar antes, para fazer um trabalho de inteligência. Temos algumas ações a serem feitas lá. É fundamental que o estado entre lá mais uma vez”, disse, após reunião ocorrida hoje (24) entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, e o governador Sérgio Cabral, que estabeleceu as formas de atuação das Forças Armadas, sob o regime jurídico de Garantia da Lei e da Ordem, quando o comando do território passa para as forças federais.
De acordo com Beltrame, haverá colaboração da Polícia Federal, na área de inteligência, e da Polícia Rodoviária Federal, que fará um cerco em determinados lugares a serem definidos. O secretário admitiu que parte do comando das ações contra as unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) partiram de presídios. “Parte sim, com a execução de quem está fora”.
O secretário reconheceu que a ocupação da Maré, que deveria ocorrer no futuro, só será possível agora com a ajuda do Exército. “Entrar em qualquer lugar do Rio de Janeiro não é problema para a polícia. O problema é entrar e se manter nesses locais. A Maré, assim como era a Cruzeiro, a Rocinha, o São Carlos, é uma área dessas. Vamos fazer ocupação e depois vamos passar para o Exército, porque nós não temos, por enquanto, como ocupar toda a Maré. Lá não é um lugar simples. Nós pensávamos em colocar 1.500 homens. Nós faremos a ocupação e dali a uns dias a gente passa para o Exército.”
Ele classificou as operações contra o crime organizado, com o auxílio de tropas federais, como “a luta do bem contra o mal”. “A resposta que nós temos que dar é exatamente essa. É a tomada de território, é o avanço do processo. É dizer que nós temos parceiros, que a nossa luta é do bem contra o mal, não a da civil, nem da militar, nem da federal. Dizer para o Brasil que nós somos mais fortes que essas facções”, declarou Beltrame, em entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
Beltrame disse que a intenção é tomar os territórios ocupados por traficantes de drogas, principalmente daqueles que têm ordenado ataques às UPPs. “A nossa resposta para o tráfico é fazer eles perderem mais territórios. Não nos interessa a facção. Se eles continuarem reagindo dessa forma, nós vamos avançar cada vez mais, no sentido de mostrar para eles que nós somos mais fortes, que nós temos parceiros e que temos condição de avançar nesse processo.”