A Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal deflagaram a Operação Trackare, que investiga fraudes na confecção e o uso de atestados médicos por enfermeiros da Secretaria de Saúde. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de condução coercitiva. Uma enfermeira e um auxiliar de enfermagem são suspeitos de falsificar atestados médicos e receitas de medicamentos.
Os servidores trabalham no Centro de Saúde nº 3 do Guará II. As investigações, que já duram cerca de três meses, começaram após uma denúncia anônima, que afirmava a utilização de atestados de comparecimento, atestados médicos e receitas com carimbos e assinaturas de médico. De acordo com a investigação, a dupla usava os atestados médicos falsificados para abonar faltas e se apropriava de remédios que deveriam ser distribuídos para população.
Segundo o promotor Luis Henrique Ishiara, no sistema que dá nome à operação não havia registro de atendimento médico que comprovasse a autenticidade dos atestados dos enfermeiros. Ishiara falou que a falta de fiscalização leva à prática regular de fraudes no sistema de saúde.
“Os servidores públicos estavam emitindo atestados para abonar faltas no sistema de pontos da Secretária de Saúde. Eles usaram carimbo de médicos, falsificaram assinaturas e forjaram os atestados. A falta de fiscalização e a certeza de impunidade é o que leva a essas práticas”, disse o promotor Ishiara.
Também são investigadas entrada e saída iniciadas em hospitais diferentes da locação de trabalho, horas extras em excesso e atuação dos servidores em outras empresas. Segundo os promotores, a enfermeira Daniela Toledo, teve o registro de 402 horas extras em um período de quatro meses.
Se condenados, Daniela Toledo e Marcelo Cereja, responderão pelos crimes de falsidade ideológica, falsidade de atestado médico, peculato e inserção de dados falsos em sistema de informática.