A Polícia Federal indiciou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva em um inquérito da Operação Lava Jato. O procedimento apura a suspeita de que o peemedebista teria recebido propina de R$ 500 mil desviados de contratos da Petrobras.
Segundo a PF, o destino do dinheiro seria a campanha de Raupp ao Senado em 2010. O recurso teria sido desviado da Petrobras por ordem do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e operacionalizada pelo doleiro Alberto Youssef.
O inquérito contra Raupp no Supremo Tribunal Federal (STF) foi aberto tanto com base na delação premiada de Paulo Roberto quanto de Youssef. Eles afirmaram que os R$ 500 mil chegaram aos cofres da campanha do peemedebista por meio de uma doação legal feita pela construtora Queiroz Galvão e pela Vital Engenharia.
O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, é apontado pela PF como o responsável por implementar as transferências financeiras entre o esquema da Petrobras e a cúpula do PMDB.
O indiciamento foi assinado pela delegada Graziela Machado da Costa e Silva, no último dia 6, e anexado a uma representação da defesa do senador que questiona o ato e foi apresentada ao STF nesta terça-feira, 14.
Também foram indiciados o cunhado de Raupp, Paulo Roberto Rocha, e uma ex-funcionária do senador Maria Cleia de Oliveira.
Agora, caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, analisar o material produzido pela PF e decidir se vai ou não oferecer uma denúncia no Supremo contra Raupp.
Além dessa linha de investigação, o senador peemedebista é alvo de duas ações penais e outros três inquéritos no Supremo, um deles também na Lava Jato.