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Polícia Federal prende Geddel por obstruir Justiça

Marta Nobre, Edição

A Polícia Federal prendeu na tarde desta segunda-feira, 3, em Salvador, o ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República. Tido como braço direito do presidente Michel Temer, ele estava agindo no sentido de obstruir as investigações da Operação Lava Jato, segundo entendimento do Ministério Público Federal em Brasília, que determinou a prisão preventiva.

A principal acusação contra Geddel é de que estaria dificuldando delações de Eduardo Cunha e do seu principal doleiro Lúcio Funaro. Os dois estão presos. O ex-presidente da Câmara, em Curitiba; o doleiro, em Brasília.

Geddel foi acusado pelo MPF de atuar para garantir que Cunha e Funaro recebam vantagens indevidas e para constranger o doleiro a não fechar o acordo. Na petição que justificou a prisão, o Ministério Público citou mensagens enviadas recentemente por Geddel à esposa de Lúcio Funaro. Para provar, tanto a existência desses contatos quanto a afirmação de que a iniciativa partiu do político, Funaro entregou à polícia cópias de diversas telas do aplicativo.

Nas mensagens, o ex-ministro, identificado pelo codinome “carainho”, sonda a mulher do doleiro sobre a disposição dele em se tornar um colaborador do MPF. Para os investigadores, os novos elementos deixam claro que Geddel continua agindo para obstruir a apuração dos crimes e ainda reforçam o perfil de alguém que reitera na prática criminosa.

Geddel é um dos investigados na Operação Cui Bono. Deflagrada no dia 13 de janeiro, a frente investigativa tem o propósito de apurar irregularidades cometidas na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, durante o período em que foi comandada pelo político baiano. A investigação teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha.

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