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Assassinato na 415 (I*)

Polícia flagra policial e tenta corrigir o erro

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Reprodução

As batidas insistentes na porta do apartamento fizeram com que Marcelo despertasse. A cabeça doía tanto, que ele mal teve tempo de abrir os olhos quando um chute provocou um estrondo e a porta da sala foi arrombada. Em
instantes, quatro policiais entraram no quarto, todos apontando as armas para o homem, que acabara de acordar. Sem entender aquilo tudo, Marcelo olha para o seu lado e vê a esposa coberta de sangue.

Marcelo, ainda atônito, é algemado e arrastado para fora do apartamento. Logo em seguida, é jogado no cubículo do camburão. A sirene é ligada e a viatura arranca para a delegacia que, por sinal, era a mesma em que ele trabalhava. O agente de polícia Marcelo, pela primeira vez na vida, sentia como era viver do outro lado daquela situação.

Aquele pesadelo ainda estava sendo digerido pelo policial. Por que Susana estava toda ensanguentada? O que havia acontecido? A única coisa que ele se lembrava é de que os dois estavam na casa de um amigo comemorando a
virada do ano. A sua esposa estava morta? Pelo visto, sim! Mas quem teria feito aquilo? Ele?

Marcelo sabia que os dois passaram a noite bebendo bem além da conta, mas jamais havia sido violento com Susana. É certo que, como todo casal, tinham lá seus problemas. Todavia, nada que levasse a crer que ele pudesse matar a esposa.

De tão atordoado, ele não conseguia entender as perguntas que o delegado Miranda lhe fazia. No fim das contas, Miranda determinou para o escrivão Rafael que o autuado iria fazer uso do seu direito constitucional de permanecer calado e só se manifestar em juízo. Sem reação, Marcelo foi levado para uma cela, onde ficou sozinho pelo resto da manhã.

O estresse era tanto, que, completamente sem forças, acabou adormecendo no chão gelado. Os colegas que passavam diante da cela não acreditavam que Marcelo, com mais de 20 anos como agente de polícia, havia assassinado a sangue frio a própria esposa. A frieza fora tamanha, que Susana havia sido esfaqueada três vezes. A mulher não tomara mais golpes simplesmente porque a faca se alojara no esterno.

*Novo capítulo amanhã

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