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Polícia Civil investiga ameaça a estudante que denunciou o guia do estupro na UnB

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A Polícia Civil investiga a denúncia de um estudante da Universidade de Brasília (UnB) que teve o nome usado em um site que faz apologia ao estupro. O aluno Pedro Seixlack, de 22 anos, relatou à 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte), que, após ter denunciado o site “Reis do Camarote”, que contém um “guia” que ensina “como estuprar uma mulher na UnB”, além de declarações racistas e homofóbicas, seu nome passou a ser veiculado no blog como autor das publicações. Investigação sobre o site já é feita pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).

O estudante é citado no texto “Como curar uma feminista na UNB: O estupro de maneira segura”. Em um dos trechos, o autor escreve: “por isso neste post, eu, Pedro Melo, estudante de Computação, irei abrir seus olhos, paspalhão”. O estudante não foi encontrado pela reportagem para se manifestar.

O site foi denunciado por estudantes em janeiro, e tem artigos como “mulheres na academia: um atraso científico sem precedentes” e “mães solteiros devem e merecerem serem estupradas”.

A UnB, em nota, informou que repudia o conteúdo da página na internet. “A Universidade considera inadmissível a apologia ao estupro e aos outros tipos de violência incitados pelo texto Como estuprar uma mulher na UnB: o guia definitivo e por outras postagens do site”, diz a nota. A universidade informou ainda que sua procuradoria jurídica está formalizando denúncia contra a página.

Outros casos – Não é a primeira vez que um “guia” sobre estupro e outros crimes é publicado na internet. No ano passado vieram à tona o blog “tioastolfo”, que ensinava a estuprar mulheres na Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O autor do blog informava já ter testado a prática “extensivamente” no Instituto de Química e “garante que funciona”. A Unesp também foi alvo de um outro blog, atribuído a um ex-aluno, em que o autor diz que “riu do incêndio da Kiss”, em referência ao acidente da boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que deixou 242 mortos. Policia Federal e Ministério Público Estadual (MPE) instauraram procedimentos para apurar a autoria dos textos, mas ninguém foi punido.

No mesmo ano o diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) Sergio Adorno registrou um boletim de ocorrência no 93º Distrito Policial (Jaguaré) por uma publicação semelhante que ensinava “como estuprar alunas na FFLCH”. Questionada, a Polícia não confirmou ligação entre os casos.

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