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Polícia investiga desvio de dinheiro na Fundação de Pesquisa

Foto/Arquivo Notibras

Wendel Sousa

A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu nesta quarta-feira (18) seis mandados de busca e apreensão para apurar fraudes em licitações da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). Segundo investigações da Divisão Especial do Combate ao Crime Organizado (Deco), o grupo pode ter desviado até R$ 2,5 milhões no período de transição entre os governos de Rogério Rosso (PSD) e Agnelo Queiroz (PT).

As polícias Civil de Goiás e do Distrito Federal trabalham em conjunto na Operação Campo Novo, que faz menção ao estádio do clube espanhol Barcelona, o Camp Nou, para investigar a participação de um secretário, um subsecretário e um ex-presidente do fundação. Os mandados foram cumpridos no Lago Sul, Sudoeste e Núcleo Bandeirante e em endereços nas cidades de Goiânia e Luziânia, no estado de Goiás.

De acordo com a Deco, o esquema envolve contrato feito sem licitação, em 2010, entre a FAPDF e o Instituto de Estudos e Projetos de Interesse Social (EPIS) e pequena empresa terceirizada, com endereço em Goiânia. O objetivo da parceria, segundo a Deco, era que particulares desviassem dinheiro público por meio da subcontratação ilegal de outras três empresas, a IDS, a Axioma e a Projetos e Empreendimentos.

Para os investigadores, as empresas envolvidas teriam recebido a verba pública, mas jamais prestaram o serviço contratado. “O dinheiro foi pulverizado entre três empresas que teriam que empregar os valores na execução do serviço, mas o dinheiro não foi usado no que deveriam executar”, disse o delegado-chefe da Deco, Luiz Henrique Dourado.

De acordo com a polícia, na divisão do dinheiro desviado, a IDS teria ficado com R$ 298 mil, enquanto a Axioma ficou com R$ 1,3 milhão e a Projetos e Empreendimentos com R$ 840 mil. O montante de R$ 2,5 milhões teria sido pago por meio de vários cheques em nome da FAPDF, em um período de 30 dias.

Os representantes da IDS, segundo os investigadores, fizeram o saque do dinheiro na “boca do caixa” do banco e guardaram o valor em uma mala.

Operação – O esquema vem sendo investigado desde 2012. “Já existem pedidos de investigação dos mesmos envolvidos em outras áreas, outras fraudes. Isso tudo será tratado no desdobramento dessa operação”, afirmou o delegado da Deco.

Por meio de nota, a FAPDF disse que vai apoiar e colaborar com as investigações. “A FAPDF enfatiza o seu apoio irrestrito às investigações e colaboração célere com todas as informações necessárias à elucidação do caso. A fundação ressalta que a operação em curso diz respeito a problemas detectados em 2010.”

A fundação esclareceu ainda que não houve qualquer tipo de ação da Polícia Civil na sede da FAPDF e que “todos os convênios sob investigação da PCDF são objeto de tomada de contas especiais ou sindicância da fundação ou de outros órgãos do Distrito Federal”.

Os investigados devem responder pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro, peculato, falsidade ideológica e dispensa indevida de licitação. Até o momento, ninguém foi preso.

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