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Rio

Polícia não sabe de onde partiu bala que feriu bebê em escola

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Autor/Imagem:
Roberta Pennafort

O Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme Velho, zona sul do Rio, onde o bebê Caique de Carvalho, de 6 meses, foi baleado no ombro, na segunda-feira, 14, informou que a bala não teve a origem detectada. A escola divulgou que não houve registro de ações envolvendo troca de tiros em seu entorno, segundo lhe explicou a polícia. A Região Metropolitana registrou média de 24,2 tiroteios por dia de janeiro até hoje, de acordo com o serviço de compilação de dados Fogo Cruzado.

O bebê estava no colo da mãe, que aguardava o filho mais velho sair da aula de futebol quando foi surpreendida pelo tiro. Caique está internado no Centro Pediátrico da Lagoa. Passou a noite bem e será submetido a uma cirurgia para retirada do fragmento de bala, alojado no ombro, às 17 horas desta terça-feira, 15. O quadro é estável.

A polícia esteve no colégio e no hospital para colher depoimentos. A reportagem esteve na clínica e a família, muito abalada, não quis dar entrevista.

Ainda não se sabe de qual tipo de armamento partiu o projétil. O São Vicente divulgou nota informando que está em atividade há 59 anos e que “foi abruptamente inserido no mapa da violência que assola o Estado do Rio de Janeiro” com o caso. A instituição expressou “profunda tristeza” com a situação e se solidarizou com a família de Caique.

Na nota pública, pediu que a população não se deixe levar pelo “desespero e pela falta de esperança” gerados pela violência. “Como é de conhecimento geral, estamos imersos numa sociedade que tem vivido em meio a polarizações e à violência generalizada, com tiroteios espalhados por diversos locais, roubos e furtos em proporção imensurável, o que nos leva a evocar as palavras de São Vicente de Paulo, patrono dessa casa: ‘É preciso passar do amor afetivo ao amor efetivo’.”

Caique foi o 15º caso de criança baleada este ano na Região Metropolitana do Rio, divulgou o Fogo Cruzado, serviço que analisa dados da violência armada e os disponibiliza por meio de um aplicativo e de um mapa colaborativo. Conforme esses números, entre 1º de janeiro e as 11 horas desta terça-feira, foram registrados 3269 tiroteios ou disparos de armas de fogo – uma média de 24,2 por dia.

Foram contabilizados 596 mortos e 505 feridos no período. Em 484 casos, havia presença policial (operações, ações, assaltos a agentes, por exemplo).

Na tarde de segunda-feira, uma bala perdida atingiu um apartamento de um prédio que fica na Praia de Botafogo, na zona sul. Ninguém se feriu. O morador notou um buraco feito no vidro da janela da frente, que tem vista livre para a praia, e fez um vídeo. Não se sabe de onde partiu a bala. A reportagem do Estado presenciou disparos feitos por um segurança contra um suspeito numa motocicleta, por volta das 14 horas de segunda-feira, e é possível que um deles tenha atingido a janela.

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