A Polícia Civil indiciou um suspeito de ameaçar pela internet a jornalista Nana Queiroz, organizadora do movimento “Não Mereço Ser Estuprada”. Um adolescente de 16 anos, também suspeito de envolvimento, vai responder por ato infracional análogo a ameaça. Outras sete pessoas estão sendo investigadas.
A polícia conseguiu identificar os suspeitos depois de rastrear informações dos computadores usados para publicar as ameaças. Os nomes dos investigados não foram divulgados. Eles prestaram depoimento à polícia nas cidades onde moram.
A delegada-chefe-adjunta da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Patricia Simone Bozolan, afirma que o jovem indiciado, de 23 anos, disse à polícia que a ameaça foi apenas uma “brincadeira”. “A gente teve o retorno do maior de idade. Ele apenas declarou que não tinha intenção de praticar o que estava descrito na postagem, que era apenas uma brincadeira”, disse.
O jovem foi liberado depois de assinar um documento em que se compromete a comparecer à Justiça quando for chamado. Ele pode responder por ameaça e injúria.
A jornalista passou a ser perseguida em uma rede social na internet depois de postar uma foto com a frase “Eu não mereço ser estuprada”. Nana Queiroz prestou queixa na Deam. Em um dos perfis usados para ameaçá-la, um homem disse que já havia cometido o crime e que faria de novo. O perfil já foi apagado.
Segundo a delegada, a Polícia Civil tem condições de investigar e identificar os infratores, ainda que pela internet. “Mesmo sendo um crime cometido à distância, via computador, a gente tem condições de investigar, identificar e punir autores”, disse. “Havendo algum cuidado investigativo durante a postagem, ainda que a pessoa tire do ar posteriormente, é possivel identificá-lo e puni-lo.”