Janeiro de 2015 foi menos violento do que o mesmo período do ano passado. Houve redução na quantidade de roubos a postos de combustíveis (- 42,7%), a comércios (- 37,5%), a residências e de veículos (- 38,4%). Os índices de homicídios e tentativas de homicídios também ficaram menores (- 9,1% e – 26,4%, respectivamente).
“Estamos em fase de reestruturação das polícias; mudanças administrativas resultaram no maior número de policiais militares nas ruas e na elaboração de novas rotinas de investigação”, avaliou o secretário de Segurança Pública e da Paz Social do DF, Arthur Trindade, durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (2). Para ele, os números positivos são consequência da implementação do programa Pacto pela Vida, no início deste ano, e começarão a ser percebidos pelos brasilienses nos próximos meses.
A reestruturação da Polícia Civil significou aumento de produtividade. Em janeiro deste ano, foram cumpridos 76 mandados de prisão a mais do que no mesmo mês em 2014. Foram 1.881 autos de flagrantes em 2015, contra 940 no primeiro mês do ano passado. Novecentas e cinco pessoas foram presas a mais nos últimos 30 dias, quando 19 menores a mais foram apreendidos.
“Estamos reestruturando a nossa coordenação de homicídios para que tenhamos respostas mais imediatas para identificar e prender autores ilícitos penais, até porque muitas vezes eles se tornam vítimas no futuro”, disse o diretor-geral adjunto da Polícia Civil do Distrito Federal, Anderson Espindola. O DF tem hoje 6 mil policiais civis na ativa.
Também houve mudanças na Polícia Militar. Operações como a RIC (Redução dos Índices de Criminalidade) e a Cerco Total foram criadas para reprimir atos de violência. A primeira é realizada toda sexta-feira e leva às ruas policiais que normalmente trabalham na parte administrativa da corporação. A Cerco Total ocorre aos fins de semana e tem como objetivo reforçar o policiamento ostensivo em todas as regiões administrativas.
O desafio agora é estudar o mapa da violência no DF. Com a redução dos índices em algumas modalidades importantes, como roubo a comércio e a postos de combustíveis, a criminalidade seguiu um curso natural de migrar para outras áreas.
O roubo a pedestres aumentou 24% em janeiro, se comparado ao mesmo mês de 2014. “A polícia precisa estudar o movimento da criminalidade constantemente; se o criminoso percebe o risco que corre nas áreas comerciais, vai cometer delitos em outros locais”, explicou o coordenador de Análise de Fenômenos de Segurança Pública, major Célio Roberto Dias Dutra.
Paula Oliveira, Agência Brasília