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Polícia usa bomba e bala de borracha em reintegração de posse em Guarulhos, SP

A Tropa de Choque da Polícia Militar entrou novamente em confronto, durante reintegração de posse, com moradores de um terreno ocupado em Guarulhos. Os policias atiraram, por volta das 10h30, bombas de feito moral e balas de borracha em ocupantes que protestavam contra a ação de remoção.

A chegada das equipes da polícia ocorreu às 6h. Em protesto, os ocupantes fizeram barricadas nas entradas do local e colocaram fogo. Por volta das 9h, retroescavadeiras entraram no terreno e iniciaram a demolição de parte dos barracos, em sua maioria, feitos de madeira.

Uma das moradoras, Sandra Silva Sampaio, 38 anos, diarista, conta que socorreu uma vizinha de 13 anos, ferida no rosto por bala de borracha.

“Ela entrou com a irmã para tentar salvar as coisas, mas não conseguiu tirar tudo de dentro do barraco. Quando estava indo embora, os policias começaram a reagir, e atingiram o rosto dela com bala de borracha. A gente estava de carro e prestamos socorro. Deixamos ela no hospital e ligamos para a mãe dela, que estava trabalhando”, disse. Após receber atendimento, a garota foi liberada e passa bem.

Segundo moradores, que preferiram não se identificar, o proprietário do terreno fez uma reunião com as famílias para vender os lotes.  No acordo, os moradores pagariam R$ 6 milhões pelo terreno, mas o proprietário exigiu o pagamento de uma entrada no valor de R$ 31 mil, sendo que o restante seria parcelado. Como o acordo não foi concretizado, o proprietário optou pela reintegração de posse.

De acordo com os moradores, vivem no local mais de 2 mil famílias de diversas nacionalidades, como bolivianos, argentinos, chilenos e africanos. A assessoria de imprensa da Polícia Militar, informou que  aproximadamente 300 pessoas moram no local.

A área está localizada na Estrada do Elenco, Parque Primavera, próximo ao Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. A decisão sobre a reintegração partiu da 6ª  Vara Civil de Guarulhos. O terreno é particular, de propriedade de Cláudio Antônio Ferreira Velloso. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o local foi ocupado em abril do ano passado e está em uma Área de Preservação Permanente.

Fernanda Cruz, ABr
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