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Polícia vai às praias para dar segurança e banhistas reclamam

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A Polícia Militar (PM) reforçou a segurança na orla do Rio, principalmente durante o fim de semana. São cerca de 750 policiais patrulhando as praias desde o Parque do Flamengo, na zona sul, até o Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste. No Arpoador, um dos trechos mais bonitos, com águas calmas e cristalinas, alvo de roubos e arrastões nas últimas semanas, foram montadas duas torres na areia, além da instalação de dois centros de comando móveis, de onde são captadas e geradas imagens em tempo real.

Também foram montadas operações ao longo dos percursos dos ônibus procedentes da zona norte, especialmente de comunidades pobres. O objetivo da PM é evitar que jovens promovam roubos nas areias e que depredem os veículos, como registrado no último fim de semana, quando um grupo chegou a quebrar todas as janelas de um ônibus, na volta da praia.

A abordagem da PM, porém, divide os banhistas. Uns apoiam a medida, mas são muitas as reclamações de discriminação. O ajudante de pedreiro Kleiton da Silva Santiago reclamou das abordagens. “Incomoda chegar na praia e já ser abordado pela polícia. Chegam com ignorância, já agredindo. É chato. Todo mundo que é de comunidade, eles pensam que é ladrão. Mas não vou deixar de vir à praia”, criticou Kleiton, que aproveitava o seu dia de folga.

Mesmo quem vê necessidade na garantia da ordem na praia, reclama do excesso nas abordagens da PM. “É necessário, mas tem que ter compreensão dos dois lados. Falta respeito tanto do banhista quanto do policial. Tem uns que saem e quebram ônibus, mas os policiais ficam esculachando [desrespeitando] e isso não é legal. Aí dá mais revolta. Se um policial me esculachar na frente da minha mulher, eu não vou gostar”, disse Elton Miranda, morador do Complexo do Alemão.

Os recentes casos de violência na praia, como arrastões e roubos, têm assustado banhistas. A vendedora de bebidas Solange da Silva, argumentou que as vendas vinham baixando muito, pois os clientes estavam deixando de frequentar a Pedra do Arpoador, onde ela trabalha há dez anos. “Agora está melhorando a segurança, porque há muita polícia. Antes, estava muito ruim, por causa dos arrastões. Não estava vendendo nada, voltava com tudo para casa”, contou Solange, que traz seus produtos do bairro de Santa Cruz, a cerca de 60 quilômetros da zona sul.

A PM foi procurada, por meio de sua assessoria, para comentar as críticas sobre as abordagens, mas até a publicação da matéria ainda não havia se pronunciado.

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