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Política de licenciamento ambiental trava investimento de grupos chineses no País

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André Borges

Se o processo de licenciamento ambiental de obras de infraestrutura no Brasil já é alvo de críticas do empresário brasileiro, tente explicar essas exigências do setor elétrico para um empreendedor chinês. Aos olhos dos asiáticos, torna-se algo incompreensível.

Numa recente conversa realizada em Brasília entre empresários chineses e representantes do governo brasileiro, os chineses simplesmente não conseguiam entender as dificuldades de se liberar novas hidrelétricas na Amazônia. Basicamente, queriam apenas saber “qual é o preço” para autorizar o leilão da obra.

Na semana passada, pela primeira vez na história, a cidade de Pequim emitiu um alerta vermelho por conta da poluição que toma conta da capital.

O mais grave alerta na escala levou à proibição de circulação de metade dos veículos, restrição da atividade de fábricas e obras a céu aberto, além da recomendação para que as escolas não funcionem. O governo recomendou ainda que as pessoas utilizem máscaras ou outras medidas de proteção.

Os grandes vilões das emissões de partículas no ar são, principalmente, as usinas de energia a carvão, a queima de combustível pelos veículos e as atividades das indústrias e da construção civil. Foram encontradas 206 microgramas de partículas por metro cúbico no ar, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável, no máximo, a presença de 25 microgramas por metro cúbico.

“Eles estão aprendendo na marra. Para eles, nossa legislação não faz sentido”, disse ao Estado um executivo brasileiro que atua junto a empresas chinesas em um dos maiores projetos de linha de transmissão do País, em plena Amazônia.

Dificuldades à parte, a investida chinesa sobre os projetos e ativos do setor elétrico brasileiro segue inalterada. No mês passado, a gigante China Three Gorges, que opera a maior hidrelétrica do mundo, venceu a licitação das usinas de Ilha Solteira e Jupiá, que pertenciam à Cesp, e se tornou a oitava maior geradora do País.

No radar da Three Gorges está o prometido leilão da usina de São Luiz do Tapajós, um projeto de R$ 30 bilhões que o governo quer leiloar em 2016. Nos planos oficiais do governo, São Luiz seria o último grande empreendimento de geração hidrelétrica previsto para a Amazônia.

Na área de transmissão, a chinesa State Grid tem dado as cartas. Já venceu os dois leilões das linhas de transmissão que vão escoar a energia de Belo Monte e atua ainda na linha da hidrelétrica de Teles Pires, na qual enfrentou sérias dificuldades de licenciamento ambiental.

Para o futuro, a empresa já sinalizou interesse em ativos de distribuição que serão colocados à venda pela Eletrobrás, além de projetos de energia solar.

estadao

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