Sede de vampiro
Políticos velhacos aprovam Orçamento mas continuam sugando o trabalhador
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Para que serve um Congresso que adora gastar, mas não aceita contribuir. Gasta além da conta e não colabora com qualquer compensação. A começar pela covardia e velhacaria com as emendas, as quais deputados e senadores querem manter nas nuvens, quase tudo que sai das contas dos pobres e ricos contribuintes cai remotamente no bolso de suas excelências. Enquanto isso, a segurança pública, a educação e, principalmente, a saúde continuam ao Deus dará. É tudo para eles e nada para o povo que os elege.
Embora estufem o peito para alardear que representam dignamente os milhões de eleitores brasileiros, os congressistas foram capazes de votar contra a redução dos impostos da cesta básica. É isso que chamam de dignidade? Indigna até a medula (se tiverem), boa parte dos parlamentares desta legislatura prefere se indispor com o povão a ajudar o governo que odeiam. Esquecem que legislar para se vingar mesquinhamente do presidente eleito democraticamente respinga diretamente na população mais humilde. Fazem pior ao legislar em favor de golpistas e de autoridades que cometem crimes em nome da permanência no poder.
Que Congresso é esse? São os chamados “patriotas” raiz, os quais não têm qualquer preocupação em tirar a comida do prato do pobre. Depois se desculpam e dizem que votaram errado ou sem conhecimento de causa. Na verdade, a maioria se coloca contra os brasileiros pela necessidade tacanha, mórbida e covarde de impedir o sucesso do mandatário que derrubou o engodo denominado bolsonarismo. Jair Bolsonaro e sua turma só enganaram e continuam enganando quem quer ser enganado. Prestes a sucumbir, o Brasil acima de tudo levará todos para o mesmo buraco.
Como a vingança é um prato que se come frio, torço para que minha expectativa de derrotar os fariseus da política se torne realidade. As eleições de 2026 estão próximas. Tivéssemos uma população realmente patriota e comprometida com o Brasil, certamente o troco seria dado no modo ausência total de votos. Negando a eleição ou a reeleição dos que aí estão sem produzir nada de bom para o país significa esvaziar o inferninho em que se transformou o Congresso Nacional. Manter o Parlamento sob trevas é uma escolha exclusivamente do eleitor.
Na dúvida, o voto em branco é uma das formas de dizermos não a todas as opções oferecidas. Se os congressistas não querem nos valer, lutemos contra a máxima de que o Congresso está cheio de ratos e o Brasil apinhado de “patos”. A exemplo da ação dos deputados e senadores quando querem aprovar algo do interesse deles, façamos um acordo de modo a impedir que a determinação que cresce nos fortes seja desproporcional ao conformismo que se acentua nos fracos.
Com o atual quadro de legisladores, pior do que as emendas só a sineta que esconderam para evitar que nos convoquem para mudar o que aí está. Busquemos na memória a célebre frase do marechal Deodoro da Fonseca e não nos esqueçamos da impossibilidade de se governar com esse Congresso. “É mister que ele desapareça para a felicidade do Brasil. Mudemos o pensamento para mudarmos nossos gestos”. O primeiro deles deve ser a escolha correta. O voto certo é o único caminho para impedir que o inferno permaneça cheio de vampiros sedentos pelo sangue suado do trabalhador.
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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978
