A guerra que a Rússia trava contra a Ucrânia pode transformar-se em uma ampla porta que abrirá espaço para um confronto envolvendo toda a Europa. A advertência é do primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk. Segundo ele a “III Guerra já não é um conceito do passado”. Os europeus, afirmou o líder polaco, devem estar preparados porque “entramos em estado de pré-guerra”.
A Rússia intensificou os seus ataques aéreos contra a Ucrânia, vizinha da Polónia, nas últimas semanas. Novos ataques massivos danificaram três usinas termelétricas ucranianas na sexta-feira, levando a cortes de energia em várias regiões.
“Não quero assustar ninguém, mas a guerra […] é uma realidade e começou há mais de dois anos ”, com a invasão da Ucrânia, disse Donald Tusk em entrevista a um pool de jornalismo europeu. “O mais preocupante neste momento é que absolutamente todos os cenários são possíveis. Não vivemos tal situação desde 1945 ”, declarou.
“Parece devastador, especialmente para a geração mais jovem, mas temos de nos habituar ao fato de que uma nova era começou: a era pré-guerra. Não estou exagerando”, pontuou. “Se a Ucrânia perder, ninguém na Europa poderá sentir-se seguro ”, indicou o premiê.
Tusk frisou que em termos de defesa a Europa tinha “um longo caminho a percorrer” e que tinha de ser “independente e autosuficiente” nesta área. “A nossa função é manter as relações transatlânticas, independentemente de quem seja o presidente americano”, acrescentou, numa referência a quem será o próximo ocupante da Casa Branca.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, surgiram receios sobre uma possível extensão do conflito aos países fronteiriços. Os militares polacos relataram no último domingo que um míssil de cruzeiro russo lançado contra cidades no oeste da Ucrânia violou o espaço aéreo da Polônia durante 39 segundos.