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EI-K

Por que autores dos ataques em Cabul acham Talibã moderado?

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição/Via Pátria Latina - Foto Reprodução

O Estado Islâmico-Khorasan (EI-K) é um ramo do Daesh que, apesar de partilhar o objetivo de expulsar as tropas estrangeiras do país, é inimigo declarado do Talibã e da Al-Qaeda.

Na noite de quinta-feira (26) duas bombas explodiram próximo do aeroporto de Cabul, matando pelo menos 170 pessoas, incluindo 13 militares dos EUA. Uma delas explodiu na entrada do portão Abbey, onde milhares estavam na fila para serem evacuados.

Uma organização chamada Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), um ramo do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), que atua no Afeganistão e Paquistão, reivindicou a responsabilidade pelo ataque.

O Daesh foi fundado na Síria e no Iraque e conquistou um grande território nesses países, que autodenomina califado, antes de ser derrotado militarmente pelo governo sírio, pelas tropas iraquianas e por militantes curdos.

Daesh significa Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Ad-Dawlah al-Islamiyah fil-Iraq wa-sh-Sham) e Khorasan é uma referência a uma antiga província do nordeste da Pérsia, que incluía muito do que hoje é o Afeganistão.

Khorasan, que também integrava partes do que é hoje o Turcomenistão e o Irã, foi o lar de vários acadêmicos e teólogos muçulmanos proeminentes, incluindo o Imã Bukhari e Abu Dawood.

Em 2014, vários membros desiludidos se separaram do Talibã (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países), juraram fidelidade a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Daesh, e formaram o Estado Islâmico-Khorasan, ou EI-K.

O Talibã foi sempre aliado da Al-Qaeda (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países), abrigando seu líder Osama bin Laden até a invasão liderada pelos EUA em 2001, mas encara o Daesh com um desprezo mal disfarçado.

Os líderes do EI-K acreditam que o Talibã é muito moderado e que nunca deveria ter concordado em permitir que a OTAN mantivesse tropas no Afeganistão 31 de agosto e evacuasse seus cidadãos e milhares de afegãos.

A ONU estima que haja entre 500 e 1.200 combatentes do EI-K no Afeganistão, principalmente nas províncias setentrionais do Nuristão, Kunar e Nangarhar. O EI-K foi responsável por cerca de 100 ataques no Afeganistão em 2020, e realizou massacres em mesquitas, praças e até mesmo em hospitais. O EI-K não é suficientemente poderoso ou popular para desafiar o domínio do Talibã, e é pouco provável que ainda haja alvos ocidentais no Afeganistão após a retirada.

No entanto, há a possibilidade de que o grupo avance talvez para o norte, em direção ao Turcomenistão, onde pode ameaçar o governo do presidente Gurbanguly Berdymukhamedov.

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