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Porrada no Itamaraty acaba em pizza na praia

Diplomatas mulheres e mulheres de diplomatas estão rodando a baiana em volta das mesas durante seus chás de fins de tarde em Brasília. Reconhecem que caíram no conto do vigário – que leva a suposta vigarice.

A insatisfação geral, que faz lembrar TPM em série, transporta ao caso do ex-diplomata Renato de Ávila Viana, injustamente demitido pelo embaixador e hoje chanceler Ernesto Araújo, em meados do ano passado.

Renato foi alvo de dois inquéritos. As acusações, segundo o chanceler Ernesto Araújo – à época presidente de uma espécie de Tribunal de Inquisição -, feriram o código de ética do Itamaraty.

O diplomata demitido, e que posteriormente passou um curto período descansando em uma cela especial da Papuda, foi acusado de agredir e quebrar um dente de uma ex-namorada. Outra, teria sido mantida em cárcere privado.

O caso do cárcere privado foi negado pela suposta vítima em depoimento à comissão de inquisição presidida por Ernesto Araújo, à Polícia Civil e ao Ministério Público. Mas o chanceler, birrento, jogou a verdade para baixo do tapete e assinou o ato de demissão de Renato.

Quando a verdade veio à tona, as diplomatas mulheres e as mulheres de diplomatas, ficaram inconformadas. Mas, sem forças para enfrentar o chanceler que gosta de provocar homens à distância (o caso de Nicolás Maduro é um exemplo) criaram um judas. Ações simultâneas fizeram de Ernesto, o Judas, um boneco alvo de riscos, sempre com mãos agressivas, com batons, rímel, esmalte… e até cocô.

O pior, porém, estava por vir. A vítima que perdeu um dente em uma cabeçada certeira durante briga em motel de quinta categoria no Núcleo Bandeirante, que ela fazia questão de frequentar, armou para cima das diplomatas mulheres e mulheres de diplomatas.

A ‘desdentada’ (a expressão faz lembrar os ‘pobres’ citados pelo então candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva) aliou-se à mãe da ‘encarcerada’ (que, recorde-se, prestou depoimento dizendo ter a chave da residência de Renato, onde entrava e saia nas horas em que bem entendia) e convenceu mulheres da alta sociedade a se cotizarem para fazer um implante dentário.

Circulava pelo Itamaraty, tirando (num gesto repulsivo) a ‘perereca’ da boca e pedindo ajuda para submeter-se a um implante. Negava, para esse fim, uma verdade: de que Renato havia colocado à disposição dela uma clínica especializada. O custo do tratamento, equiparado a consultórios do Primeiro Mundo, foi fixado em 11 mil reais. Despesas assumidas por Renato.

Mas a banguela, sem ter nem por quê, manteve sua má índole. Atacava Renato, chorava. E em suas lamúrias pedia dinheiro para um novo dente. Precisava, diz ela, voltar a ter um sorriso Colgate. E o custo era estratosférico: 61 mil reais. Tanto disse que comoveu diplomatas mulheres e mulheres de diplomatas.

Foi criada uma vaquinha virtual para cobrir os custos da pancadaria que abalou o Itamaraty. Sessenta e um mil reais para implantar um dente. Foi esse o valor arrecadado.

Chegou o dia para o sorriso da vítima, já como novo dente, ser conhecido. As diplomatas mulheres e as mulheres de diplomatas programaram um chá daqueles de fim de tarde para fotos ao lado da moça ex-banguela. A noite chegou e nada da criatura aparecer.

Depois, veio o motivo da ausência: Joyce Annie Paiva Silva, a vítima da cabeçada certeira em um motel de quinta categoria, colocou a grana no bolso e picou a mula de Brasília. E fez de mulas as diplomatas mulheres e as mulheres de diplomatas.

A ex-desdentada hoje é proprietária de uma pizzaria. O CNPJ da empresa tem o número 30.663.585/0001-90. Fica na Rua Jurandir Alves Santana, 510, Porto de Galinhas, Pernambuco. Vem a ser uma das mais paradisíacas praias do Brasil.

Se as mulheres diplomatas e as mulheres de diplomatas quiserem dar um tempo em seus relaxantes chás da tarde e reservarem uma mesa para saborear uma pizza sabor golpista, o telefone é (81) 99315169.

Faltou lembrar o motivo da pancadaria no motel que transbordou no Itamaraty. Não se tratou de biquinho por orgasmo precoce. Ao contrário. Camareiras dizem ter ouvido uivos de orgasmos múltiplos que jorravam como as águas da cachoeira Véu de Noiva. A versão corrente é que Joyce queria algo diferente. Diante da negativa, ela subiu no capô e começou a pular ensandecida, com seus saltos altos, na BMW de Renato de Ávila Viana.

Carro, aliás, dizem boas e más línguas, que vale muito mais que qualquer biscateira.

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