Depois de idas e vindas desde o episódio em que professores em greve foram espancados por soldados da Polícia Militar, registra-se mais uma mudança no primeiro escalão do governo Rodrigo Rollemberg: Arthuir Trindade, secretário de Segurança Pública e Paz Social, pediu demissão nesta quinta-feira (5), em caráter irrevogável.
O secretário estava no cargo desde o início do mandato do governador Rodrigo Rollemberg. Sua saída foi uma derrota para o núcleo ‘professoral’ do Palácio do Buriti, que pedia a cabeça do comandante da Polícia Militar.
Trindade escreveu uma carta de demissão dirigida à população em que chama de “equivocada” a ação da Polícia Militar durante manifestação dos professores no Eixão Sul, no último dia 28. Na ocasião, a PM usou bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha para dispersar a manifestação.
Para o agora ex-secretário, o episódio revelou “graves” falhas na cadeia de comando e na “estrutura de governança da segurança pública” do DF.
“Sou professor e tenho uma trajetória em segurança pública e direitos humanos. Não posso concordar com o que aconteceu. Precisamos decidir qual polícia queremos. Uma polícia cidadã ou uma polícia que não se submete a autoridade civil e tem dificuldades para admitir seus erros?”, escreveu. Segundo Trindade, episódios recentes tornaram a permanência dele no cargo “insustentável”.