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Povo acorda e organiza torcida contra os abusos

Caramba! Este final de semana foi embriagador de satisfação, depois de anos sufocado com más notícias — com o não entendimento sobre a gravidade da situação no país e a perplexa inatividade do povo — finalmente explodiu. Não dá mais, queremos democracia sim, no sentido lato da palavras, aquela que é o poder do povo.

Ver a torcida corintiana na rua foi um banho de emoção! Que força tive que fazer para não me juntar a eles. Faltou-me coragem para desobedecer a orientação do cardiologista e o protocolo das Nações Unidas. Fiquei em casa, me cuidando e assistindo o que postavam nas redes.

Mais do que ver a torcida corintiana, foi demais ver as quatro maiores torcidas de São Paulo juntas. Eram as torcidas rivais do Palmeiras e do Corinthians, do São Paulo e do Santos que, abraçadas, pediam democracia. No Rio, a torcida rubro-negra, do Flamengo, a maior do país também se manifestou.

Corinthians e Flamengo, juntos, devem conformar metade da população brasileira. Se não chegar a metade, vamos juntar as demais torcidas antifascistas do Inter e do Grêmio, dois rivais históricos que se juntaram para barrar o fascismo. Não passarão, eles passarinho, nos versos do poeta Mário Quintana. Essa luta vem de longe.

STF também
Outra boa notícia. O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, acordou. Alvíssaras! Percebeu e declarou que os caras (o governo) odeiam a democracia e comparou o que está a ocorrer no país com o que ocorreu com os nazistas para levar ao poder Hitler, na Alemanha.

Agora minha gente, o Judiciário tem o poder das massas para cumprir com sua missão de defender a Constituição e anular esse pleito fraudado, tirar esses picaretas e assassinos do poder.

Futebol é paixão nacional. Diferente das manifestações anteriores, que tiveram grande repercussão nas mídias, cobertura maior que a dimensão dos protestos, era gente de classe média. Agora era o povão corintiano, palmeirense, flamenguista, fluminense, vascaíno ou santista.

Era o que faltava para os partidos que se dizem democratas e os que são verdadeiramente democratas, pegar essa bandeira e, fazer o que o povo manda. Esse é o imperativo da hora: fazer o que o povo manda, mesmo que seja são-paulino.

Outra notícia boa
Sérgio Moro, aquele agente dos Estados Unidos que comandou a Operação Lava Jato com objetivo de destruir as empresas que incomodavam a hegemonia ianque, foi repudiado por nossos queridos vizinhos argentinos. Ele pretendia fazer uma palestra na Universidade de Buenos Aires, (UBA), mas não conseguiu.

Teve que engolir uma nota de repúdio preparada por democratas. O juiz também foi escorraçado do Paraguai. Ele quis interferir na justiça paraguaia para soltar o Ronaldinho Gaúcho — embaixador do turismo de Bolsonaro — e levou um chega pra lá. “Aqui temos soberania, ninguém interfere”, disseram os hermanos.

O ex-juiz estava enriquecendo com conferências bem pagas, aqui e nos Estados Unidos. Vai perder a boquinha. Nem lá ele tem mais condições de ser galã. Os Estados Unidos está em chamas. Chamas revolucionárias atadas pela juventude.

Trump encurralado
É incrível o que está acontecendo nos Estados Unidos. Nunca na história do país multidões ocuparam as ruas em praticamente todos os estados, em todas as grandes cidades. Já são seis dias que o povo não deixa as ruas e se enfrenta às forças policiais. Hoje já é o sétimo dia. Trump está encurralado na Casa Branca cercada de manifestantes.

Manifestações pacíficas, mãos erguidas contra polícia armada. Polícia impotente diante da pressão das massas que se uniram em torno de um só grito: Basta! Basta de violência contra os negros! Basta de desemprego! Basta de mortes!

Já passam de 100 mil os mortos pela Covid-19 e o povo entendeu que é fruto mais do que da incompetência, é expressão da política genocida, genocida e gerontocida do governo Trump . Um governo aferrado a um capitalismo financeiro falido.

Lá como aqui o desemprego se multiplicou nesses últimos meses, com a mesma velocidade que a Covid-19. Os desamparados sem proteção estão vivendo em número crescente nas ruas. Se não morrem da Covid, morrem de frio ou fome.

Flexibilização
O governador de São Paulo, João Doria, diz que começará a relaxar a quarentena devagar e com protocolos rígidos. Argumenta que a ocupação das UTIs, que estava acima de 80%, baixou para 70 e poucos. A explicação é cínica. Não baixou por ter curvado o gráfico das mortes e sim porque dispôs de mais não sei quantas unidades de UTI nos hospitais de emergência.

Belo Horizonte e Florianópolis abriram e tiveram que voltar para trás. Assim, é bom vocês ficarem atentos. A realidade é que os índices de contaminação e de morte continuam em linha reta ascendente. Sequer chegamos ao pico. Só quando essa curva começar a descer é que teremos alguma segurança para iniciar um relaxamento da quarentena, assim mesmo com protocolos rígidos como estão fazendo na Itália e na Espanha.

Mais uma boa notícia
Demorou, mas está surgindo oposição organizada contra o governo de ocupação. Uma delas é o manifesto firmado por ex ministros de relações exteriores protestando contra a política exterior. Grupo Ricúpero, que reúne intelectuais e ex ministros desde o governo Sarney, o primeiro depois da democratização.

São figuras importantes como o próprio Ricúpero, que foi ministro do Sarney; Celso Amorim, do governo de Itamar Franco e de Lula; Celso Lafer, do Fernando Collor e de FHC; Aloísio Nunes e José Serra, que serviram o governo entreguista de Michel Temer. A reunião que produziu o manifesto assinado por eles e publicado pela mídia foi coordenada por Renato Rabelo, ex-presidente do PCdoB.

As ações do ministro das relações exteriores violam a Constituição… O Brasil está isolado com graves consequências para o futuro.

Após a declaração, decidiram convocar o ministro para se explicar no Congresso Nacional.

Claro que é para se aplaudir, porém, advertindo que há que entender, a política externa quem dita é o presidente da República. É prerrogativa exclusiva dele traçar a política de Estado. Portanto, não adianta nada tirar ou questionar esse funcionário de quinta categoria do Itamaraty. No lugar dele poderá vir o próprio Olavo de Carvalho, ou um general qualquer que nada entende de política externa. Se entendesse, não estariam submissos ao Comando Sul dos EUA.

Governo
Vale refletir sobre a unicidade ou a totalidade do Estado. Três poderes conformam um Estado único, assim como 15 ou 20 ministro conformam o Executivo que é dirigido pelo Presidente. Entende-se que o Presidente foi eleito para executar uma política de Estado e uma estratégia de desenvolvimento pré-aprovada porque exposta durante a campanha. A partir daí, os três poderes do Estado se perfilam na execução do projeto nacional. O ponto de partida será sempre a Soberania da Nação. Lindo né? Que seria se assim fosse!

Quando dizemos que o Judiciário e o Legislativo são responsáveis é porque constituem o Governo de um Estado. Deixarão de ser só se romperem com a institucionalidade. Aí sim se livrarão de serem condenados pela história se, atendendo os reclamos do povo, agora evidenciado com as torcidas nas ruas, anulando as eleições de 2018 e formando um governo provisório de salvação nacional.

Poderíamos citar vários autores que teorizaram sobre isso, ou seja, sobre teoria do Estado. Hegel é um deles. Engels e Marx também.

A cada eleição, conforme o resultado, o governo executará o programa ou projeto que foi aprovado. O que ocorreu na eleição de 2018 é que o povo não conheceu nenhum projeto. Foi feita uma campanha publicitária, sem nenhum debate sério sobre programa de governo.

O eleitor desavisado foi induzido ao voto, como o consumidor é induzido à compra de um detergente. Além disso, as redes sociais foram ilegalmente utilizadas para gerar confusão e ódio através de mentiras. Ninguém, em sã consciência, salvo essa turba de mentecaptos aprovaria uma ideologia fascista ou nazista. É o uso da comunicação, da alienação e da força que faz o nazi-fascismo empolgar as massas.

Bom. As massas estão com a palavra. Estão nas ruas pedindo democracia e justiça. Cabe à gente agora segui-las.

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