Milhares de brasilienses por adoção estão acostumados a conviver em suas cidades de origem com uma figura política diferente da que se encontra na capital da República. É o vereador, que trabalha em defesa dos interesses de uma comunidade específica. Eleito, o candidato tem um compromisso moral com o povo: mais escolas, postos de saúde, ônibus, ruas asfaltadas e iluminadas, segurança…
No dia 5 de outubro, o Distrito Federal, dividido em Brasília e três dezenas de regiões administrativas, caminha para ressuscitar o velho vereador que luta pelo povo. São candidatos (e candidatas) compromissados com as comunidades que representam. No topo da lista com esse tipo de compromisso, aparece Ritinha, do PPS.
Por onde passa, a candidata a deputada distrital é bem recebida. As promessas de Ritinha são realistas. E confiando no que ouvem, moradores do Riacho Fundo, Santa Maria, Gama, Samambaia e Itapoã, entre outras cidades, prometem um verdadeiro mutirão para eleger uma deputada com roupagem de vereadora.
Ritinha, aliás, tem nessa empreitada um cabo eleitoral capaz de fazer inveja a muito candidato. É o ex-governador Joaquim Roriz, de quem ela foi chefe de Gabinete. “Ritinha tem duas grandes virtudes. A lealdade e o compromisso com o povo”, afirma Roriz, em mensagem gravada para sua afilhada política.
Em sua plataforma de campanha, Ritinha destaca três propostas básicas. Emprego e renda, moradia e educação. São temas que ela abraçou e que coloca em discussão em todas as reuniões de que participa. Aliás, muitas reuniões. Até o domingo 28, foram exatos 2 mil 119 encontros com a comunidade desde o início do processo eleitoral.
– Vamos trabalhar juntos, costuma dizer Ritinha nesses eventos, costumeiramente com as presenças de 50, 60 e, eventualmente, mais de 100 pessoas. “Caso seja eleita, meu gabinete será itinerante. E o povo definirá as prioridades do mandato”, acentua.
É verdade que cada cidade tem sua peculiaridade. E isso motiva ainda mais Ritinha, que, aos 49 anos, disputa pela primeira vez um cargo eletivo. “Minha referência é o Doutor Joaquim”, diz ela, referindo-se ao ex-governador Roriz. “Um exemplo de político que precisa ser seguido e respeitado. E como seguidora dos seus preceitos, vou me inspirar nele nessa nova arrancada na minha vida.”
Sobre a proposta para gerar emprego e renda, Ritinha vai desenvolver ações para aumentar a oferta de vagas no mercado de trabalho. Isso inclui estágio remunerado aos estudos do segundo grau e nível universitário; incentivos fiscais às empresas que oferecem oportunidade para o primeiro emprego; facilitar a implantação de novas empresas e expansão das já instaladas.
No campo da habitação, a candidata vislumbra famílias sorrindo. Para tanto, ela promete atuar no sentido de atender quem não tem o próprio teto para morar, com atenção especial ao segmento de baixa renda, sem que o acesso à moradia tenha intermediários; criação, se necessário, de novas áreas habitacionais; facilitar o financiamento, pelo BRB, das classes de maior poder aquisitivo; e, promover obras de infraestrutura nos condomínios.
Já para a educação, que Ritinha define como a base da sociedade, a prioridade é manter a criança na escola, profissionalizar os jovens e valorizar os profissionais do setor. A proposta da candidata é manter creches funcionando de segunda a sábado, das 7 às 19h, durante todo o ano; criar a carreira de diretor e vice na rede pública de ensino, com remuneração compatível que a função requer; implantar em todas as satélites, centro interescolar de línguas.
Para uma marinheira de primeira viagem, Ritinha é coerente. Se beijinhos e abraços foram sinônimo de votos, a cadeira dela na Câmara Legislativa está garantida. Principalmente quando se sabe que ela é avessa a história de pescadores. Agora, por falar em peixe, sabe-se que Ritinha soma cada vez mais apoios, quando diz ser favorável a ensinar a pescar, e não dar o peixe já frito.
José Seabra