Milhares de paraguaios ocupam as ruas de Assunção e das principais cidades do país desde a sexta-feira, 5, em protesto contra o crescimento de mortes e contágios provocados pelo ovo coronavírus. O governo é acusado de não agir em defesa da sociedade. Lá, como no Brasil, também há um grupo de negacionistas dos efeitos da Covid.
Menos de 24 horas após as primeiras manifestações que já deixaram um morto e ao menos 18 feridos, o presidente Mario Abdo Benítez pediu que todos seus ministros deixassem os cargos à disposição. Por sua vez o Ministério de Relações Exteriores anunciou a chegada de 20 mil doses de Coronavac doadas pelo Chile.
“As pessoas estão cansadas. Aqueles que precisam ficar na UTI em razão da covid ou mesmo por outras doenças encontram um sistema quase colapsado nos últimos dois meses e falta de medicamentos…Isso levou aos protestos”, explica o jornalista e analista político Pablo Valdez. Para ele, os próximos passos de Benítez diante da crise vão indicar se ele ganha apoio político ou fica perto de um impeachment.
Forças de segurança atiraram balas de borracha e gás lacrimogêneo contra a multidão de centenas de pessoas reunidas em torno do prédio do Congresso, enquanto manifestantes furaram barreiras, queimaram barricadas nas ruas e atiraram pedras na polícia. Os protestos, que transformaram o centro histórico da capital em um campo de batalha com fogo, fumaça e tiros, eclodiram em meio à crescente revolta da população por conta das taxas de infecção recordes por coronavírus, além de hospitais à beira do colapso.