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PPS tem conversa frouxa, mas impõe o voto na reforma

Foto/Arquivo Notibras

Isadora Peron

Após almoço com o presidente Michel Temer neste domingo, 9, o ministro Raul Jungmann (Defesa) disse que o PPS vai fechar questão para que todos os deputados da sigla votem a favor da reforma da Previdência. Segundo o ministro, a Executiva do partido vai se reunir depois do feriado de Páscoa para debater o assunto. Na sequência, haverá um encontro com a bancada da Câmara, que tem demonstrado resistência em apoiar a proposta.

“Eu relatei ao presidente Temer que o PPS optou por fechar questão. As mudanças que foram feitas naqueles cinco pontos se ajustam ao que era esperado pela bancada”, disse.

Com dificuldades em aprovar a reforma da Previdência, o governo decidiu ceder e, na semana passada, anunciou alterações na regra de transição, na aposentadoria do trabalhador rural, nos regimes especiais para policiais e professores, no Benefício de Prestação Continuada (BPC) – para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda – e nas pensões.

Apesar da declaração de Jungmann, o líder do PPS na Câmara, Arnaldo Jordy (PA), afirmou que as mudanças devem facilitar o apoio dos deputados do partido à proposta. Ele, no entanto, disse que a bancada vai esperar o texto final do relator Arthur Maia (PPS-BA) para decidir se vai ou não fechar questão.

A postura do PPS em relação à Previdência tem irritado o Palácio do Planalto. Interlocutores de Temer lembram que o partido, que tem apenas oito deputados, ocupa duas pastas na Esplanada dos Ministérios – Defesa, com Jungmann, e Cultura, com Roberto Freire.

A postura do líder do partido na Câmara também preocupou o Planalto. Jordy, que inicialmente havia se declarado a favor da reforma no placar do Grupo Estado, mudou de ideia após sofrer pressão em sua base eleitoral e procurou o jornal para se posicionar contra a aprovação da Previdência.

Convescote – O almoço deste domingo aconteceu na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Além de Temer e Jungmann, também participaram do encontro os ministros Bruno Araújo (Cidades), Antonio Imbassay (Secretaria de Governo) e Mendonça Filho (Educação). O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também estiveram na reunião.

Apesar do clima tenso por causa da Previdência, Jungmann falou que o encontro teve um clima descontraído. “Foi um convescote, não teve uma pauta definida. Conversa solta, conversa frouxa”, afirmou.

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