Dar e receber prazer é uma arte que pode ser aperfeiçoada. Falar sobre o que gosta, ter disposição para experimentar novidades e melhorar aquilo que já está bom são alguns dos princípios básicos para ter uma performance inesquecível.
Saiba quais são, segundo especialistas, os dez mandamentos das pessoas consideradas boas de cama.
O erotismo – Quem merece nota dez na cama dedica tempo e atenção suficientes às carícias em todas as regiões do corpo, e não apenas na estimulação do pênis ou da vagina. Afinal, não é somente nos órgãos sexuais que se encontram as zonas erógenas. “Pesquise e pergunte ao par em que lugar o toque lhe é mais ou menos excitante. Vale a pena explorar lugares até então jamais pensados, tais como couro cabeludo, orelhas, áreas entre os dedos, entre outros”, sugere Juliana Bonetti Simão, psicóloga especializada em sexualidade, de São Paulo (SP).
A variação – Variar na intensidade dos toques possibilita um leque maior de opções de estímulos corporais, proporcionando mais excitação e tirando a transa de um enredo linear, monótono. “O sexo precisa ser dinâmico”, afirma Elaine Pessini, especialista em sexualidade humana e dirigente da ABEME (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual). “Investir em carinhos com palavras doces e toques suaves despertam o lado afetivo, enquanto apostar em momentos de uma pegada mais intensa faz com que a relação seja emocionante”, completa. Segundo o psicoterapeuta e terapeuta sexual Ricardo Desidério, de Londrina (PR), as mulheres costumam gostar de toques mais ousados, mas a sensibilidade de falar baixinho no ouvido pode deixá-la com muito mais tesão. “E os homens, mesmo aqueles que parecem durões, também vão adorar essa alternância. O sexo oral, por exemplo, pode ser realizado tanto de forma mais calma, quanto mais voraz”, explica.
O gostar – As pessoas “sexualmente memoráveis” sabem que para tirar o maior proveito possível da transa às vezes é necessário falar claramente o que deseja. Elas não têm vergonha de pedir determinadas carícias ou propor posições diferentes nem de perguntar as preferências do par. “A boa comunicação é a maneira mais adequada para conseguir ser o parceiro que corresponde ao que o outro entende por ser ‘bom de cama’. Acredito que ser ‘bom de cama’ não é uma característica individual, mas uma qualidade da dupla. É na interação que sabemos dar e receber prazer, do contrário estamos fazendo sexo sozinhos, mesmo estando acompanhados”, afirma a psicóloga Juliana Bonetti Simão.
O olhar – O contato visual é sempre muito excitante nas preliminares (em especial, durante o sexo oral) e, principalmente, durante a penetração. É pelo olhar que se estabelecem a cumplicidade, a conexão e o jogo de sedução entre um casal. “É impressionante como muitas pessoas conseguem seduzir com apenas um olhar. Ele pode ser tímido, singelo, compreensivo, provocante… Durante o sexo, é fundamental”, diz o psicoterapeuta e terapeuta sexual Ricardo Desidério.
O beijo – Para muita gente, o beijo é um gesto ainda mais íntimo do que a penetração –é por essa razão que ainda hoje muitas garotas de programa insistem em não beijar os clientes, por temer um envolvimento mais emocional. A boca é uma zona erógena muito sensível, cujas sensações ficam ainda mais intensas conforme a excitação vai aumentando. “Um beijo quente na hora do sexo aproxima e estimula o casal”, comenta a psicoterapeuta Andrea Vaz, do Rio de Janeiro (RJ).
As variações – Muita gente tem um roteiro pré-estabelecido do que é transar, com direito a uma sequência de tipos de preliminares, hora de tirar a roupa, qual posição fazer, depois para qual posição trocar. Os especialistas em sexo até seguem o mesmo script em determinadas situações, principalmente em relacionamentos mais longos e duradouros, porém sabem que é essencial mudar o “cronograma” para tirar as coisas da rotina e experimentar novas sensações. “Os ‘bons de cama’ podem contar com um repertório de práticas preferidas, mas sempre buscam aperfeiçoá-las e trazer algo novo para aquilo que costuma dar certo”, diz Juliana Bonetti Simão.
Os brinquedinhos – Para serem considerados bons de cama, homens e mulheres precisam ter curiosidade, vontade e, sobretudo, encarar o sexo como uma experiência lúdica, como usar brinquedos eróticos, por exemplo. Só que eles não precisam ser, necessariamente, os vibradores ou próteses. Basta usar a imaginação. “Você pode provar cosméticos para sexo oral, que aquecem ou esfriam, ou em vendas para os olhos, algemas, cremes de massagem, fantasias…”, sugere Elaine Pessini.
O clima – Saber ler as situações sexuais que se apresentam pode ser uma boa forma de intensificar o prazer, variando de acordo com as oportunidades possíveis. Os dois não se vêem há tempos e estão morrendo de saudade e de tesão? Nada melhor do que um sexo mais selvagem e rápido. Há tempo de sobra para namorar? Longa vida às preliminares… Ou estão em um cenário totalmente diferente do habitual, como um motel temático ou uma suíte de um hotel de luxo? Hora de transar em todo e qualquer canto! “Quem é bom de cama consegue identificar o momento certo de fazer as coisas e tirar a relação da rotina”, fala Elaine.
Sem frescura – Muitos casais se afastam pois não se permitem curtir totalmente o corpo um do outro. “Ainda hoje, infelizmente, existem muitos tabus e preconceitos, mas é importante tentar libertar-se e curtir cada pedacinho do par. Sim, beijar tudo, apertar, lamber, dar e receber tapinhas etc. O momento é de libertação total”, diz Elaine Pessini. Na opinião de Ricardo Desidério, não há nada mais desagradável no sexo do que ter nojo ou frescura de alguma coisa. “Lembre-se que a situação é de prazer, de entrega. Alguém pode não gostar de sexo oral, por exemplo, e isso é preciso ser respeitado. Mas se a pessoa topa praticá-lo e fica fazendo cara de desaprovação pode tornar o momento bem ruim. Por isso é preciso sinceridade; ou gostamos ou não gostamos de algo”, fala Ricardo.
Sem mico – Lição importante: os bons de cama não levam tudo a sério nem gastam energia com constrangimentos desnecessários. “Se por acaso caiu da cama, o pênis não encaixou onde devia, ouviu um barulho estranho na penetração, não importa: seja bem-humorado. O prazer está ligado à felicidade”, conta Elaine Pessini.