A campanha eleitoral nem começou, mas as farpas já estão respingando por todos os lados. Quem tem mandato quer continuar no poder. Quem não tem, quer entrar. Em meio ao tiroteio que se avizinha, o vice-presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz (MDB), escolheu seu alvo preferido: o governador Rodrigo Rollemberg, que, sustenta, abandonou a área de segurança pública ‘ao Deus dará’.
Ainda sem saber se vai para a reeleição ou se compõe a chapa majoritária de Jofran Frejat (PR), o deputado distrital deixou claro, nesta entrevista, que Brasília tem solução para seus inúmeros problemas. O primeiro passo, diz, é tirar Rollemberg do Buriti. “Com ele (o governador) lá, voltamos a um passado de triste memória”, enfatiza.
– O futuro está batendo às nossas portas. Temos que unir forças para viabilizar o melhor para o Distrito Federal, afirmou o parlamentar, sinalizando que a direção que levará o brasiliense para o caminho a ser trilhado deve ser entregue a Frejat.
Wellington Luiz lembra que ‘está deputado’ e que, consequentemente, tem o povo de Brasília como o patrão dele. Nesse sentido ele garante que seu gabinete está aberto e que sempre buscou ficar perto “de onde podemos fazer a diferença, seja lutando pelos mais desfavorecidos, seja defendendo categorias de trabalhadores, mas sempre focado na melhoria e qualidade de vida de nossa população.”
Enfatizando que há em Brasília gente capaz de solucionar os problemas da violência e da criminalidade – numa referência indireta à ‘importação’ de delegados de outros Estados – o deputado entende que uma questão que não deve ser esquecida pelo próximo ocupante do Palácio do Buriti é salário digno para os os policiais civis e militares, além dos bombeiros.
– O instrumento de trabalho de um policial não é sua arma; é sua vida. Pois é sua vida que fica em jogo nas ruas quando vai trabalhar. Vida não tem preço. Mas trabalhador com dignidade que a todo momento lhe é exigido sacrifício e coragem, esse merece também salário digno”, sentenciou.
O deputado não mede palavras para atacar Rollemberg. E taxa o governador de irresponsável, ‘agindo de má fé’ ao desviar recursos carimbados especificamente para as áreas de segurança, saúde e educação. Ele responsabiliza Rollemberg pela discrepância salarial entre a Polícia Civil e a Polícia Federal.
– Isso se dá por exclusiva culpa de um governo que não sabe gerir verbas públicas de fonte própria e menos ainda aquelas que vêm carimbadas da União par fins específicos, como é o caso do aporte financeiro do Fundo Constitucional, que só no ano passado, lançou nos cofres do GDF 13 bilhões de reais. Um dinheiro com destino específico, ou seja, com a finalidade de prover os recursos necessários à organização e manutenção da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, bem como assistência financeira para execução de serviços públicos de saúde e educação. Sempre guardamos essa paridade. E, quando ocorre essa quebra, ela se dá exclusivamente por má fé e desrespeito por parte do governador Rollemberg.
Wellington Luiz cita efeitos danosos da falta de reajuste salarial da PCDF. São, segundo ele, os mesmos efeitos que se produziriam em outras esferas do poder público.
– Isso traz desânimo e desilusão aos policiais que acreditam na qualidade de seus salários para que possam dar um mínimo de dignidade de vida aos seus familiares. Quando ocorre essa quebra e perda salarial, o operador de segurança pública pode se obrigar a ir para os “bicos” e daí aumentar sua carga de estresse com consequente perda da qualidade do serviço que tem de oferecer nas ruas, seja prevenindo o crime ou investigando. Além do mais, o instrumento de trabalho de um policial não é sua arma; é sua vida. Pois é sua vida que fica em jogo nas ruas quando vai trabalhar. Vida não tem preço. Mas trabalhador com dignidade que a todo momento lhe é exigido sacrifício e coragem, esse merece também salário digno”, pontua.
Sobre a batalha eleitoral que se aproxima, Wellington Luiz diz estar pronto para continuar “a serviço da sociedade, dos meus eleitores. Meu foco hoje continua sendo a Câmara Legislativa, e antes de tomar qualquer outra decisão (sobre eventual novo cargo eletivo, que não o de distrital) procurarei ouvir minhas bases e o meu partido.”
Por fim, a respeito de outros eventuais candidatos dentro da categoria que ele representa (a de policiais civis), Wellington Luiz é categórico: “É sempre bom lembrar que nenhum candidato se torna especial ou diferente pelo simples fato de haver sido candidato. Não existe prejuízo nos serviços prestados à comunidade em razão do policial haver sido candidato e não eleito. O bom profissional se faz na prestação de serviço ao que se propõe. Não se desvirtua por sua vocação política ou pela disputa em que foi vencido”.