Na véspera da Páscoa, moradores do Distrito Federal lotaram o comércio em busca de chocolates para este domingo. No entanto, preocupados com o orçamento, eles pesquisaram os preços e, em relação a anos anteriores, foram comedidos nas compras. As empresas também adotaram estratégias para conquistar consumidores mais resistentes. De acordo com gerentes de lojas, este ano as promoções para esvaziar o estoque começaram mais cedo.
O aposentado Osman Ribeiro, 67 anos, percorreu lojas e supermercados atento aos preços antes de se decidir. Após pesquisar, finalmente comprou hoje (4) ovos de chocolate para filhos e netos. “Os preços estão mais ou menos equilibrados, mas aqui foi onde achei mais em conta”, comentou ao encontrar o que procurava em uma loja especializada em doces na região central de Brasília.
O marceneiro Josimar Pedrosa de Oliveira, 28 anos, e a estudante Cindy Kelly de Carvalho, 20 anos, também recorreram à pesquisa. “Teve um aumento significativo este ano. Estamos levando para filhos e sobrinhos”, informou Oliveira.
No caso da dona de casa Miriam Souza, 48 anos, o jeito foi presentear menos pessoas. “Estou levando para meu filho e minha nora. Costumava presentear a família inteira, mas um ovo que custava R$ 20, R$ 30, está custando R$ 40. Este ano está brabo”, alertou.
Daniela Lúcia Vieira, gerente de uma loja especializada, afirmou que os comerciantes repassaram aumento aos clientes, porque estão pagando mais caro. “De janeiro para cá, o reajuste para nós chegou a 10%. A mão de obra e o combustível também estão mais caros”, comentou.
Daniela explicou que a saída para aumentar o movimento é recorrer às promoções. “Aqui na loja, na compra de dois ovos de Páscoa o cliente ganha um de graça. Está dando certo. Os ovos estão vendendo bem”, garantiu.
Supervisor de uma outra loja, Ormínio Koike de Almeida esclareceu que a redução nos preços, que geralmente ocorre após o domingo de Páscoa, começou mais cedo em 2015.
“Este ano, o movimento está um pouco mais fraco. É normal. Subiram alguns preços. Até as negociações para vendas no atacado, para escolas, estão mais difíceis. O mercado percebeu isso com antecedência e fez as baixas [de preço]. Também fizemos promoções”, revelou.
Nos supermercados, além de chocolates, os consumidores estão em busca de itens tradicionais da ceia de Páscoa, como bacalhau e azeite. Mas os valores elevados estão desagradando a pessoas como a professora Nair Terezinha Altoé, 63 anos.
“Quero fazer bacalhau, porque vamos receber visitas em casa. Estou procurando em lascas, que é mais barato. Tanto o bacalhau quanto os chocolates estão mais caros. Em vez de ovos, estou levando caixas de bombom, que estão na promoção. Elas estão com preços mais atrativos”, acrescentou.
Mariana Branco, ABr