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Prefeitura cancela reunião e professores podem voltar à greve

Profissionais das redes municipal e estadual de educação no Rio de Janeiro, que encerram uma greve em 27 de junho, podem retomar a paralisação. Nesta segunda-feira (7), depois de a prefeitura  ter cancelado a audiência de conciliação com a categoria no Tribunal de Justiça, os profissionais  fazem nova assembleia, no centro. A Secretaria Municipal de Educação disse que suspendeu o encontro porque a categoria anunciou paralisação de 24 horas para esta segunda-feira.

A negociação está travada apenas no âmbito municipal, porque os deputados estaduais aprovaram reajuste de 9% para os professores e determinaram o fim dos inquéritos administrativos contra os profissionais estaduais que faltaram ao trabalho para aderir à greve. Na semana passada, a prefeitura concedeu o reajuste referente à inflação acumulada de 6,34% para todos os servidores, incluindo os profissionais da educação

Segundo explicação dos professores municipais, a paralisação de hoje foi decidida para que pudessem acompanhar a audiência. O objetivo era cobrar o cancelamento do corte de ponto de quem aderiu à greve em 12 de maio, denunciar a abertura de inquéritos administrativos para investigar grevistas e pedir a readmissão daqueles em estágio probatório, dispensados pelo elevado número de faltas, em consequência da paralisação, segundo o Sindicato Estadual dos Professores da Educação (Sepe).

“Não vamos admitir nenhuma perseguição política, porque cortar salário e abrir inquérito contra profissionais que fizeram greve para lutar pela melhoria da escola pública é perseguição política”, afirmou a diretora do sindicato, Suzana Gutierrez. Ela estima que cerca de mil profissionais ficaram sem salário por causa do corte de ponto. Até o horário da assembleia, às 15h, os professores devem permanecer em frente à sede da prefeitura, na Cidade Nova, no centro.

Mesmo sem ter as reivindicações atendidas, os profissionais das redes municipal e estadual suspenderam a greve no último dia 27. A categoria pede, além de reajuste salarial, plano de carreira unificado, reajuste linear de 20%, redução da carga horária dos profissionais administrativos para 30 horas e eleição direta para diretores, entre outros itens da pauta. Hoje,  em vigília pela abertura das negociações, os professores vendem biscoito de polvilho em frente à prefeitura.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME), que saiu do recesso no dia 30, diz ter cortado o ponto dos profissionais em greve depois que o Supremo Tribunal Federal declarou a greve ilegal, no dia 13 de maio. “A SME esclarece que não existe previsão para alterações [na decisão de cortar o ponto], já que a medida é um procedimento legal em razão das faltas dos próprios profissionais”.

Segundo a secretaria, um encontro com a categoria “só será agendado quando o sindicato encerrar, em definitivo, toda e qualquer ação que represente paralisação no funcionamento das unidades escolares da rede”. A SME não comentou sobre a abertura de inquéritos que vão investigar a atuação de  professores na greve e que podem gerar demissões.

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