O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Lee Wan-koo, apresentou sua renúncia nesta terça-feira (data local), acossado pelas suspeitas de ter aceitado suborno de um empresário no que se considera um dos maiores escândalos políticos da história recente do país.
O número dois do governo, cujo cargo é designado diretamente pela presidência, pôs seu cargo à disposição da presidente Park Geun-hye, segundo informou a emissora sul-coreana “KBS”.
No entanto, a chefe de Estado está em viagem oficial pela América Latina e decidirá se aceita ou não a renúncia quando retornar no próximo dia 27 de abril.
Park afirmou que confia que a Justiça irá esclarecer o assunto “mediante uma investigação profunda”, declarou a presidente após receber a notícia da renúncia de Lee durante sua visita ao Peru, na qual se reuniu ontem com o presidente Ollanta Humala.
Analistas políticos dão como certo que Park aceitará a renúncia do primeiro-ministro, envolvido em um obscuro caso que começou a ser revelado no último dia 9 de abril, com o suicídio de Sung Wang-hong, um empresário da construção civil do país.
Após se enforcar em uma montanha ao norte de Seul, pressionado pelas acusações de desvios de dinheiro contra ele pela promotoria sul-coreana, o empresário deixou uma lista com os nomes de oito políticos, todos próximos à presidente.
Junto aos nomes destas autoridades estavam os valores que Sung pagou de propina em troca de favores e concessões ilícitas.
Segundo o bilhete, o empresário pagou ao primeiro-ministro um total de 30 milhões de wons (US$ 27.699) em 2013 para receber auxílio na campanha que o levou à Câmara dos Deputados.
Lee, que no mês passado tinha declarado “guerra total à corrupção”, negou todas as acusações e garantiu que nunca recebeu dinheiro de Sung, mas a oposição e grande parte da opinião pública pressionaram, exigindo que ele deixasse o cargo.
Devido à renúncia, a reunião do Conselho de Ministros prevista para hoje em Seul será presidida pelo titular do Ministério de Estratégia e Finanças, Choi Kyung-hwan.
Por sua parte, o partido “Saenuri”, ao qual pertencem os oito políticos citados na “lista de Sung”, apoiou a abertura de uma investigação para esclarecer se as acusações de suborno são verdadeiras, declarou o líder parlamentar da legenda, Yoo Seung-min.