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Presença da homeopatia ajuda na gravidez

Aos 37 anos de idade, Audri Castro, que mora em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, descobriu que está esperando gêmeos. “Eu comecei a ter enjoos muitos fortes e seguidos e queria engravidar. Então, minha ginecologista me indicou fazer o beta HCG e confirmamos a gravidez desde bem cedo, com seis semanas. Foi quando fiz a ecografia e descobrimos que estou grávida de gêmeos!”, conta.

Grávida de quase cinco meses, Audri também é mãe de uma menina de sete anos. Na primeira gestação, ela não pensou em fazer uso de alternativas naturais para aliviar sintomas comuns, como o enjoo e a azia, por exemplo.

Agora, na segunda gravidez, decidiu procurar tratamento homeopático. “Decidi procurar ajuda porque eu estava muito enjoada, tinha muita enxaqueca e insônia. Eu fazia uso de remédios antes da gestação e tive que parar de tomar agora por aconselhamento médico porque poderiam causar malformação fetal. O remédio que a minha ginecologista prescreveu para enjoo me deixa com muito sono e dificultou manter minha rotina”, relata.

Aconselhada por uma amiga, Audri decidiu procurar uma alternativa natural: “Confesso que fui testar a homeopatia bem desconfiada (risos). Fiz uma consulta online e notei diferença na primeira semana quanto aos enjoos e a insônia, que demorou um pouco mais, mas hoje já não fico sem sono. Então, pra mim foi muito bom”.

Os remédios homeopáticos são produzidos a partir de extratos vegetais, animais, minerais e sintéticos na forma de preparações dinamizadas, se baseando na diluição da mistura escolhida. “Essas substâncias são diluídas em álcool ou água e passam por um processo de sucussão, agitada de forma rigorosa, que pode ser repetido inúmeras vezes. Ao fazer isso, as características de cura do substrato escolhido são transferidas para o solvente, devido à propriedade de memória da água. Ao contrário do que se pensa, quanto mais diluída for uma preparação homeopática, maior será a sua potência”, explica o farmacêutico homeopata Jamar Tejada.

Após uma consulta detalhada sobre sinais e sintomas da gestante, o especialista em Homeopatia prescreve o tipo de tratamento mais adequado. “Sei que funcionou bem pra mim porque a minha fórmula foi personalizada. Até posso enjoar um pouco, mas nem perto do que era quando não tomava. Além disso, é seguro para meus bebês já que gestação gemelar sempre requer mais cuidados. Quanto mais natural e saudável eu levar esse período, melhor, mais saúde para meus filhos”, conclui Audri.

Benefícios na gravidez
Será que o tratamento com homeopatia pode curar ou ajudar a tratar azia, enjoo e ansiedade? Os principais sintomas relatados por gestantes são: vômitos, alterações do sono, varizes, hemorróidas, intestino preso, infecções urinárias, depressão, insônia e controle do apetite.

“A homeopatia não trata a doença, mas o doente. Por exemplo, um tratamento para enjoo não vai atuar no sintoma, mas no desequilíbrio da energia da paciente que a levou a responder daquela maneira. Também devemos nos alertar ao fato de que, como a homeopatia trata o todo, um medicamento para enjoo em uma grávida não deverá ser o mesmo para outra gestante, pois as causas podem ser diferentes. Somos seres únicos”, enfatiza Jamar Tejada.

O farmacêutico homeopata Jamar Tejada alerta sobre o uso indiscriminado da homeopatia: “O problema é que, por ser considerada natural, muitas pessoas fazem uso dessa ciência de forma descontrolada, se automedicam. E é sabido que a automedicação é contra-indicada em todos os períodos de vida, mas durante a gravidez é ainda mais arriscado. O medicamento responde não só no organismo da mãe, mas também no do bebê”.

O especialista lembra que todo medicamento pode causar efeitos colaterais, mesmo os homeopáticos. “Porém, quando prescrito corretamente por profissional competente, é indiscutível que os riscos de efeitos colaterais desses são muito menores do que o dos medicamentos alopáticos, os chamados remédios convencionais”, avalia.

O farmacêutico Jamar Tejada afirma que não há desvantagem para o tratamento de homeopatia na gravidez. A gestante não precisa iniciar o tratamento homeopático antes de engravidar, podendo procurar ajuda em qualquer fase da gestação.

Ciência e homeopatia
Apesar de ser reconhecida como prática clínica desde 1980 no Brasil, a Homeopatia é um assunto que ainda gera muita discussão e polêmica na área da saúde.

Em janeiro de 2018, a Câmara Técnica de Homeopatia do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo lançou o Dossiê Especial Evidências Científicas em Homeopatia. O objetivo é desmistificar a ideia de que não existem evidências científicas nessa área de atuação.

Marcus Zulian Teixeira, professor da disciplina de Homeopatia da Faculdade de Medicina da USP, afirma que o documento comprova que o medicamento não se trata de placebo. Para ele, a dificuldade de reconhecer a Homeopatia como uma ciência existe porque, em muitas faculdades de medicina do Brasil, não há nenhuma aula sobre o assunto. De acordo com o especialista, diferentemente do medicamento tradicional, a Homeopatia não cura a doença, mas estimula o organismo a reagir a futuras patologias, levando em conta as particularidades de cada paciente.

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