Atento à preservação ambiental de um dos seus maiores patrimônios naturais, o Governo do Distrito Federal (GDF) começa a dar as diretrizes de um grupo multissetorial voltado ao fortalecimento do Cerrado.
Criado para ajudar na conservação da flora e da fauna locais, o Comitê Distrital da Reserva da Biosfera do Cerrado tem, entre outras funções, a de conservar e recuperar a vegetação nativa do DF, principalmente aquela próxima às áreas urbanas. Nesta semana, o regimento interno desse grupo foi publicado no Diário Oficial do DF.
Brasília tem três grandes Núcleos de Reserva da Biosfera do Cerado: a Área de Preservação Ambiental (APA) Gama/Cabeça de Veado, de aproximadamente 25 mil hectares e que está próxima ao Jardim Botânico e ao Lago Sul; o Parque Nacional de Brasília, de 42,4 mil hectares; e a Estação Ecológica Águas Emendadas, com cerca de 10 mil hectares. Todas elas em meio a regiões ocupadas por moradias.
Uma das ações do comitê – formado por representantes do governo, da sociedade civil e de instituições de ensino e pesquisa – será, por exemplo, criar um corredor de preservação entre essas áreas, principalmente entre o Parque e as Águas Emendadas, permitindo, inclusive a transição da fauna do Cerrado entre as duas reservas.
Sete Reservas
Criada pela Lei Distrital n° 742 de 1994, a Reserva da Biosfera do Cerrado trata do bioma existente em regiões do Distrito Federal, de Goiás, de Tocantins, do Maranhão e do Piauí. Ao todo são cerca de 300 mil quilômetros quadrados de área verde. Ao todo são sete Reservas da Biosfera no país: Mata Atlântica, Cinturão Verde de São Paulo, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Amazônia Central e Serra do Espinhaço.
“Com o comitê, estamos nos aliando às sete Reservas da Biosfera que já existem no Brasil e às outras 669 espalhadas em 120 países, sendo 20 delas transfronteiriças (que ultrapassam os limites das fronteiras de um país)”, explica o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho.
Ecossistemas
O comitê, amplamente participativo, irá atuar também na mediação de conflitos relacionados ao uso e à ocupação das áreas de cerrado – além de tratar de assuntos ligados à conservação da biodiversidade do bioma. Cada Reserva da Biosfera é uma coleção representativa dos ecossistemas característicos da região onde se estabelece.
A integração do GDF, da sociedade civil e de instituições de ensino vai possibilitar o desenvolvimento de programas de pesquisas relacionadas o bioma do Cerrado, mobilizando as universidades e trabalhando a consciência de conservação junto à população próxima às áreas de conservação.
“Ao invés de o governo trabalhar sozinho, o GDF vai trabalhar em colegiado, o que demonstra a sua preocupação em unir várias instituições batalhando pelas mesmas causas”, avalia o assessor da Secretaria Executiva da Secretaria do Meio Ambiente, Leonel Graça Generoso.