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Prestadores de serviços da Geap apontam atrasos, glosas e favoritismo

Na Geap, uma das principais operadoras de planos de saúde para servidores públicos federais, um número crescente de prestadores de serviços, incluindo dentistas, médicos e cooperativas, tem expressado insatisfação devido a atrasos e cortes significativos nos pagamentos.

De acordo com relatos, os valores que esses profissionais e empresas recebem frequentemente sofrem glosas que chegam a superar 60% do valor faturado. Essa situação de inadimplência vem gerando não apenas descontentamento, mas também dúvidas sobre o tratamento desigual na rede de prestadores.

Pagamento só para alguns – Entre os prestadores de serviços que denunciam os atrasos e cortes nas faturas, alguns relatam que determinados hospitais, como o Hospital Santa Luzia (Rede D’Or) e o Hospital Casa de Portugal (Grupo Casa) recebem seus pagamentos de maneira regular, sem enfrentar os mesmos problemas.

Esse tratamento diferenciado, de acordo com os reclamantes, levanta questionamentos sobre o favorecimento seletivo por parte da administração da Geap. A situação é agravada pela pressão que os prestadores sentem para continuarem oferecendo serviços, mesmo sem a garantia de pagamento, temendo represálias da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula o setor.

Além disso, um funcionário da Geap, que preferiu não ser identificado, revelou à reportagem que uma das diretoras da operadora teria afirmado que “prestadores de serviços têm que sofrer mesmo”. A declaração, além de insensível, reflete, segundo os especialistas, uma postura preconceituosa e desrespeitosa em relação aos prestadores que sustentam a rede de atendimento aos beneficiários da Geap.

Crescimento das reclamações – As reclamações dos usuários contra a Geap têm sido formalizadas por meio das Notificações de Intermediação Preliminar (NIPs), mecanismo oferecido pela ANS para que consumidores e prestadores tentem resolver conflitos antes que eles se tornem processos sancionadores. Contudo, a frequência com que esses NIPs são acionados indica um problema crônico dentro da Geap, refletindo a falta de estratégias da operadora para resolver suas pendências financeiras com os prestadores.

O alto volume de NIPs com temas como cobertura, contratos e regulamentos e mensalidade/reajuste torna evidente que os problemas vão além de casos isolados, sinalizando falhas estruturais e de gestão que prejudicam a operadora e afetam diretamente a qualidade do atendimento.

Um alerta – Há o iminente risco de uma grande “debandada” de prestadores, caso a operadora não ajuste suas práticas de pagamento, trazendo grande sofrimento aos consumidores usuários do sistema Geap.

A administração da Geap enfrenta uma escolha decisiva: normalizar os pagamentos, construir uma relação mais justa com seus prestadores e melhorar a qualidade do atendimento aos beneficiários, ou continuar em uma trajetória de reclamações e desgaste que ameaça sua própria sustentabilidade.

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