Olá, tudo bem? Meu nome é Agatha Poirot, sou agente de polícia lotada na 34ª DP. O caso que vou contar hoje é sobre um homem que, ao descobrir que a esposa o traía, a agrediu com alguns tapas. Diante de tal situação, acionei dois colegas e fomos no encalço do criminoso.
Assim que chegamos ao local, o crime estava em curso. A mulher, roupa rasgada, corria em volta de um velho Fusca azul estacionado em frente à residência do casal. O marido, enfurecido, tentava alcançá-la para continuar as agressões.
Descemos da viatura e, então, a senhora correu em minha direção. O esposo a seguiu, mas coloquei a vítima atrás de mim e mandei o homem parar. Ele não obedeceu, momento em que o Márcio e o Luciano, os policiais que estavam comigo, numa rápida intervenção, conseguiram deter o sujeito. Diante do flagrante de violência doméstica, rumamos para a delegacia.
Passamos o caso para o delegado Miranda, que deu voz de prisão ao agressor da esposa. O homem, inconformado, começou a gritar que a bandida era a mulher. O delegado, do alto da calma quase de monge, explicou ao preso que quem havia cometido o crime era ele.
— Doutor, mas o traído fui eu. O senhor acha certo me prender e deixar essa safada solta?
— Senhor, adultério não é crime, mas agressão é. Aliás, além de lesão corporal, o senhor já vai responder por injúria.
Após lavrar o auto de flagrante, o criminoso foi colocado na cela. Quanto à esposa, ela telefonou para o namorado ir buscá-la na delegacia. E, até onde sei, os dois estão muito bem.
O resto do dia na delegacia foi tranquilo e retornei para o lar, doce lar. Tomei um banho quente, peguei uma latinha de cerveja na geladeira e fui assistir a um romântico filme no aconchego da minha cama. Ah, e para você que não entendeu as palavras do delegado Miranda, faço questão de repeti-las: adultério não é crime, mas agressão é. Por isso, fique mansinho ou, então, irei atrás de você.