As suspeitas de corrupção na diocese goiana de Formosa, a 80 quilômetros de Brasília, vinham sendo investigadas desde 2015, mas a prisão do bispo d. Ronaldo Ribeiro, 61 anos, surpreendeu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O setor jurídico da entidade está analisando o caso para verificar o que ocorreu e tomar posição, provavelmente com a divulgação de uma nota oficial.
Como os bispos têm autonomia no governo de suas dioceses, a CNBB nada poderá fazer contra d. Ronaldo e seus colaboradores, se forem considerados culpados. A questão depende diretamente do papa, dispensando também a intervenção da Nunciatura Apostólica, representante diplomática da Santa Sé no Brasil.
Em outubro de 2013, sete meses após sua posse, Francisco demitiu o bispo Franz-Peter Tebartz, da diocese de Limburg, na Alemanha, por ter construído para sua residência uma mansão ao custo de 31 milhões de euros (quase R$ 150 milhões).
Quando um grupo de católicos de Formosa denunciou o escândalo, d. Ronaldo declarou, ano passado, que não havia irregularidade no emprego dos fundos arrecadados com a contribuição dos fiéis. Os paroquianos suspenderam a coleta do dízimo, em janeiro. Formosa tem 33 paróquias e 43 padres.
Em 2011, tinha 346.760 habitantes, sendo 82% católicos. Prelazia apostólica desde 1956, foi elevada a diocese em 1979. D. Ronaldo, até então bispo de Janaúba, em Minas, foi transferido para Formosa em 2014.
Mineiro de Uberaba, onde nasceu em 1957, d. Ronaldo exerceu várias funções na arquidiocese de Brasília. Foi vigário geral e membro do Conselho do Conselho Arquidiocesano para Assuntos Econômicos.
Nomeado pelo papa Bento XVI em junho de 2007, foi ordenado bispo pelo então arcebispo de Brasília, d. João Braz de Aviz, atualmente prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Formosa faz parte da Província Eclesiástica de Brasília.